terça-feira, 31 de outubro de 2017

CLUBES BRASILEIROS CRIADOS POR EMIGRANTES ITALIANOS

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A COMUNIDADE ITALIANA NO BRASIL,
ESPECIALMENTE EM SÃO PAULO É
MUITO NUMEROSA,E NO SECULO 19
CRIARAM MUITO S CLUBES COM A
DENOMINAÇÃO PALESTRA ITÁLIA,
PARA MANTEREM VINCULO EMOCIONAL
COM A PATRIA DE ONDE TIVERAM
DE PARTIR.


Como se recordam, a partir do momento em que o movimento abolocionista no Brasil conseguiu por Lei do Ventre Livre, abolir a escravatura , os fazendeiros iniciaram um processo de subsistuir o trabalho escravo pela importação de trabalhadores rurais vindos de Itália,Portugal, Japão etc.

Com o decorrer do tempo, os emigrantes da região de São Paulo e de Minas Gerais, criaram entre outros 2 clubes que se tornariam os mais importantes do País, o PALESTRA ITÁLIA (hoje PALMEIRAS e o CRUZEIRO)

PALESTRA ITALIA (hoje PALMEIRAS)

Fundando em 1914, o Palmeiras chamava-se Palestra Italia. O Cruzeiro, por sua vez, fundado em 1921, tinha a denominação de Società Sportiva Palestra Italia.


Segunda Guerra Mundial

Quase no final da II Guerra Mundial,quando o Brasil declarou guerra ao Eixo (Alemanha nazi, Italia Fasciste e Japão)o governo de Getúlio Vargas proibiu e, consequentemente, determinou as mudanças de nomes que fizessem menção direta ou indireta à Itália, à Alemanha e ao Japão.

O Palestra Itália de São Paulo escolheu o nome "PALMEIRAS" para aproveitar o P no uniforme e lembrar a extinta Associação Atlética das Palmeiras, na qual alguns jogadores do Palestra haviam jogado. Em 2009, o Palmeiras utilizou um uniforme azul, em homenagem a seleção italiana de futebol.

O Palestra Itália de Minas Gerais no dia 7 de outubro de 1942, em uma reunião entre sócios e dirigentes, decidiu tornar o clube em uma entidade totalmente brasileira, e aprovou o novo nome: CRUZEIRO ESPORTE CLUBE. Uma homenagem ao símbolo maior da pátria, a constelação do Cruzeiro do Sul, o nome foi sugerido pelo ex-presidente do Clube, Oswaldo Pinto Coelho. No ano de 2009, o clube mineiro utilizou uma camisa com o escudo do Palestra no lado direito do peito e o do Cruzeiro do lado esquerdo, em homenagem a história do clube.

Homenagens ao Palestra Itália

Em homenagem ao Palestra (S.E Palmeiras, Cruzeiro E.C) vários outros clubes adotaram a mesma denominação em municípios do interior paulista, estando alguns deles ainda em atividade, tais como; "Palestra Esporte Clube de São José do RIO PRETO", Palestra de SÃO BERNANRDO e outros. Houve também muitos outros que foram "extintos", tais como; Palestra Itália de São Carlos, "Palestra Itália de Rio Claro", "Palestra Futebol Clube de Ribeirão Preto" e outros.

No Paraná houve um Palestra Itália Futebol Clube, fundado em 1921, que fundiu-se com o Britânia Sport Club e com o Clube Atlético Ferroviário em 1971 para dar origem ao Colorado Esporte Clube. O Colorado, por sua vez, fundiu-se ao Esporte Clube Pinheiros, formando o Paraná Clube em 1989.

Interessante notar ainda que houve um clube denominado Palestra Itália, que não praticava futebol, na cidade de Nova Iorque, onde a imigração italiana também deixou influências socioculturais muito fortes.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

OPERAISMO

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O QUE SE ENTEDE
POR OPERAÍSMO?


Operaísmo

O operaísmo ( do italiano operaio, "operário") é um movimento político marxista heterodoxo e antiautoritário - ou neomarxista - surgido na Itália, a partir do final dos anos 1950 e início dos anos 1960, trabalhava a renovação do marxismo diante dos impasses do segundo pós-guerra para o movimento operário e para a esquerda. As figuras mais conhecidas desta corrente de pensamento são o filósofo Antonio Negri, o cientista político Mario Tronti, ligado ao Partido Comunista Italiano, e Raniero Panzieri. A análise
desses teóricos e militantes começa por observar o poder ativo da classe operária para transformar as relações de produção. Os elementos principais do operaísmo foram mais elaborados quando este se combina com o movimento autônomo.

Teoria

Michael Hardt e Antonio Negri constróem uma definição do operaísmo a partir da afirmação de Marx de que o capitalismo reage às lutas da classe operária - ou seja, de que a classe operária é ativa e o capital é reativo:
Desenvolvimento tecnológico: onde há greves, vêm as máquinas. "Seria possível escrever uma história inteira, desde 1830, das invenções que tiveram o propósito único de prover o capital das armas contra a rebelião da classe operária.”
Desenvolvimento político: a legislação da fábrica na Inglaterra foi uma resposta à luta da classe operária sobre a duração da jornada de trabalho. “Sua formulação, reconhecimento oficial e proclamação por parte do Estado foram o resultado de uma longa luta de classe."

Assim, o axioma fundamental do operaísmo é: as lutas da classe operária precedem e prefiguram as reestruturações sucessivas do capital(ismo). Os operaístas deram continuidade a Marx tentando basear sua política numa investigação da vida e da luta da classe operária.

História

Em 1961, Mario Tronti, Toni Negri e Raniero Panzieri, teóricos operaístas, fundaram, com outros intelectuais comunistas, a revista Quaderni rossi ("Cadernos vermelhos", 1961-1965), que será o berço do pensamento operaísta.

Em 1963, do grupo fundador da revista saem Mario Tronti, Alberto Asor Rosa e Massimo Cacciari para fundar Classe operaia.

Em 1969, o pensamento operaísta dá origem a dois movimentos políticos rivais: um mais "ortodoxo", Potere Operaio, e outro mais "movimentista", Lotta Continua.

Quaderni Rossi e Classe Operaia (1963-1966) desenvolveram a teoria operaísta , concentrando-se nas lutas proletárias. A esses desenvolvimentos teóricos foi associada uma praxis baseada na organização no lugar de trabalho, adotada principalmente por Lotta Continua.

O movimento alcançou seu auge durante o chamado "outono quente" (autunno caldo) italiano, em 1969.

Após a dissolução de ambos os movimentos em 1976, alguns militantes ingressaram na órbita da Autonomia Operaia, cuja ideologia baseava-se exatamente na centralidade operária autônoma tanto em relação aos partidos como aos sindicatos.

O operaísmo se difundiu também na França, através do grupo Socialismo ou barbárie, e nos Estados Unidos, com a Tendência Johnson-Forest, graças às traduções feitas por Danilo Montaldi e outros. A Johnson-Forest tinha estudado a vida e as lutas operárias na indústria automobilística de Detroit, publicando panfletos como "The American Worker" (1947), "Punching Out" (1952) e "Union Committemen and Wildcat Strikes" (1955). Essses trabalhos foram traduzidos para o francês pelo grupo "Socialismo ou barbárie" e publicados no seu jornal. Johnson-Forest também estudou e escreveu sobre o que acontecia nos locais de trabalho - no caso, dentro das fábricas de automóveis - e nas empresas de seguros.

Em meados dos anos 1970, todavia, a ênfase do movimento operaísta transferiu-se da fábrica à "fábrica social" - as vidas diárias dos trabalhadores em suas comunidades. O movimento foi-se transformando, então, no que hoje é conhecido como movimento autônomo

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

WIM WENDERS FOI O VENEDOR DO PRÉMIO EUROPEU HELENA VAZ DA SILVA

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WIM WENDERS GANHA PRÉMIO
EURPEU HELENA VAZ DA SILVA



O cineasta alemão Wim Wenders, que realizou, entre outros, os filmes "Lisbon Story" e "Paris, Texas", recebe hoje, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural/2017.

O cineasta alemão foi "distinguido pelo seu contributo excecional para a comunicação da história multicultural da Europa e dos ideais europeus", segundo comunicado do Centro Nacional de Cultura (CNC), que promove o galardão, difundida em junho último, quando foi conhecido o laureado.

A presidente do CNC, Maria Calado, em nome do júri, realçou que Wim Wenders é "uma figura chave do cinema contemporâneo europeu" e "um defensor acérrimo da Europa através do seu rico património cultural".

"Ao longo de 50 anos de carreira, ele tem sido um mestre na procura de imagens e palavras para capturar o sentido de lugar na Europa. O júri apreciou em particular a forma original como Wenders consegue dar vida aos valores e ideais europeus e promovê-los além-fronteiras, através do seu trabalho prolífico, que abrange filmes inovadores, exposições fotográficas, monografias, livros de filmes e coleções de prosa".


Nesta quinta edição do galardão, o júri, "composto por especialistas independentes nos campos da cultura, património e comunicação de vários países europeus", decidiu "conceder um reconhecimento especial" à eurodeputada Silvia Costa, do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas.

A italiana Silvia Costa é distinguida "pelo seu contributo notável para o desenvolvimento da estratégia da União Europeia sobre o património cultural, e para a promoção do Ano Europeu do Património Cultural 2018".

Sobre a eurodeputada italiana, Maria Calado referiu que "tem defendido vigorosamente que o património cultural é uma grande mais-valia para as instituições da União Europeia e para os Estados-Membros e tem promovido o reconhecimento do seu valor social e económico a nível europeu".

O Prémio Europeu Helena Vaz da Silva foi instituído em 2013 pelo CNC, em cooperação com a organização não-governamental Europa Nostra, que o CNC representa em Portugal, e o Clube Português de Imprensa, e visa distinguir contribuições excecionais para a proteção e divulgação do património cultural e dos ideais europeus.

O escritor italiano Claudio Magris foi o primeiro laureado com o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva, em 2013, e, em 2014, foi o escritor turco Orhan Pamuk, que recebeu o Nobel da Literatura em 2006. Em 2015 foi galardoado o músico espanhol Jordi Savall e, no ano passado, em ex-aequo, o cartoonista francês Jean Plantureux, conhecido como Plantu, e o ensaísta português Eduardo Lourenço.

O galardão é entregue hoje, às 18:30, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, numa cerimónia, que conta com o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes.





CIMEIRA DA RENTRÉE DE OUTUBRO 2017

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DEPOIS DE 2 MESES DE DEFESO A
NOVA ÉPOCA VAI INICIAR-SE NO
DIA 31 DESTE MÊS DE OUTUBRO


Da nossa PM DINA, recém regressada da sua visita de Estado a Moçambique, aqui vai a

CONVOCATÓRIA

"Amigas e amigos, já regressada da visita aos meus familiares em Maputo, cá estou a falar-vos do nosso almoço mensal. Nos meses de Agosto e Setembro, com muita pena minha, não se realizou o nosso encontro. As minhas substitutas não puderam, por vários motivos, organizar o evento. É com muita alegria e vontade de vos ver que retomo as minhas funções.
A degustação será no restaurante " os Meninos " , Rua Quinta do Charquinho, 2B, na próxima terça-feira dia 31 às 13 horas.

.............................. EMENTA................... Entradas
.............................. .................................. Polvo à Lagareiro
.............................. .................................. Vinhos, água, sumos
.............................. .................................. Sobremesa
.............................. .................................. Café
.............................. ................................................................ 17€
Peço o favor confirmem até segunda-feira às 13 horas para que eu possa informar o restaurante de modo a que reservem os lugares.
Beijos. Dina. TOCA A RESPONDER

PREMIO SARAMAGO 2017 VAI PARA O AUTOR BRASILEIRO JULIAN FUKS

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VAI PARA O ESCRITOR BRASILEIRO
JULIAN FUKS O PRÉMIO SARAMAGO
2017.



O Prémio José Saramago 2017, no valor pecuniário de 25 mil euros, distinguiu o romance "A Resistência", do autor brasileiro Julián Fuks, foi anunciado esta quarta-feira na sede da Fundação José Saramago, em Lisboa.

O Prémio José Saramago foi instituído pela Fundação Círculo de Leitores, em 1999, com o objetivo de distinguir jovens escritores de língua portuguesa, cuja idade não ultrapasse os 35 anos, quando da publicação da obra.

"A Resistência", de Fuks, publicado em 2015, recebeu no ano passado, no Brasil, o Prémio Jabuti para o Melhor Romance.

O Prémio Saramago é bienal, e distinguiu nas edições anteriores os escritores Paulo José Miranda, José Luís Peixoto, Adriana Lisboa, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo, Andréa del Fuego, Ondjaki e Bruno Vieira Amaral.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

ESTADO EVANGÁLICO NO BRASIL?

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OS EVANGELISCOS TEM VINDO AO
LONGO DOS ULTIMOS 20 ANOS A
TECER UMA TEIA QUE PRETENDE
TRANSFORMAR O BRASIL NUM
ESTADO TEOCRÁTICO EVANGÉLICO?


Descobri este texto na net que alerta para esse perigo.

~"Nesse texto, pretendo expor de forma introdutória como há uma ameaça real e já em curso de formação de um Estado Teocrático no Brasil em que o executivo, legislativo e o judiciário (a nível municipal, estadual e federal) ficariam sob controle de pastores ou membros de igrejas evangélicas e que suas decisões seriam fundamentas a partir de uma lógica religiosa e submetidas às diretrizes de suas respectivas igrejas. O texto se subdivide em:
1.“A Intenção”, onde demonstro que os evangélicos (particularmente a Igreja Universal) têm um plano de tomada de poder com tendência antidemocrática;
2.“Os Meios”, que expõe as ferramentas que esses grupos religiosos dispõem para a tomada desse poder;
3.“As Estratégias” para isso, focando na dimensão política apenas.



Antes de expor a análise, é necessário esclarecer que por se falar em “evangélico” aqui se entende principalmente denominações pentecostais (como a Assembleia de Deus) e neopentecostais (Universal do Edir Macedo, Mundial do Valdemiro Santiago etc.). Evangélicos de missão (ou históricos) como luteranos, presbiterianos, entre outros são relativamente distintos em termos de doutrinas, perfil sociocultural e relação com a política quando comparados com neo/pentecostais (embora tenha ocorrido uma “pentecostalização” dessas denominações nas últimas décadas. Nota-se isso principalmente entre batistas).

A INTENÇÃO

Começamos a exposição pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), do Edir Macedo, porque ela é a principal personagem dessa história. É a que tem as intenções mais claras de tomada de poder, é uma das mais organizadas politicamente (a que iniciou uma atuação evangélica mais estruturada na década de 1990), com maior poder econômico e midiático, além de ser o grupo neopentecostal com mais fiéis no país.

Em 2008, Edir Macedo (em coautoria com Carlos Oliveira) publicou o livro “Plano de poder – Deus, os cristãos e a política”. No livro, Macedo afirma que Deus tem um plano político para os fiéis da IURD e para os evangélicos que sejam seus aliados: governar o Brasil.

Macedo diz que a “obra não se propõe à incitação de um regime teocrático. Até porque o Estado brasileiro é laico e a liberdade de crença é assegurada constitucionalmente”. Porém, nesses últimos quase 10 anos desde a publicação do livro, o que não falta são exemplos de violações à laicidade do Estado por parte de políticos evangélicos e, entre eles, de políticos ligados à Universal. Da mesma forma, a liberdade de crença assegurada constitucionalmente parece não existir nos discursos e ações de pastores da Universal quando se trata de religiões afro-brasileiras, de espíritas, ateus etc. Portanto, esta afirmação de Macedo não condiz com a realidade e é de esperar que a obra é sim uma incitação a um regime teocrático.

Além disso, na própria obra há diversos trechos que deixam isso claro. Macedo afirma que os cristãos devem participar do “projeto de nação idealizado por Deus para o Seu povo”. “[A Bíblia] não se restringe apenas à orientação da fé religiosa, mas também é um livro que sugere resistência, tomada e estabelecimento do poder político ou de governo […]”. Usando de um discurso maniqueísta bastante comum no meio neopentecostal (quem não está conosco está com o diabo), Macedo diz que “Existem os agentes do mal, que são aqueles que fazem oposição acirrada em vários sentidos — inclusive, ou principalmente, na política — aos representantes do bem”. Também afirma que “A potencialidade numérica dos evangélicos como eleitores pode decidir qualquer pleito eletivo, tanto no Legislativo, quanto no Executivo, em qualquer que seja o escalão, municipal, estadual ou federal”.

Quanto a outras denominações evangélicas, mesmo que não tenham – pelo menos, não de forma tão clara e organizada – um plano de poder como o da Universal, não escondem a intenção de estabelecerem uma nação regida pela moral cristã evangélica. Contudo, como essas outras igrejas (principalmente a Assembleia de Deus, maior denominação evangélica do país) tomam a Universal como modelo político a ser seguido, não é de se estranhar que outras denominações ou lideranças façam algo semelhante no futuro.

Algumas fontes dessa seção: 1, 2, 3.


Algo próximo a isso foi o artigo de opinião – publicado na Folha de São Paulo, em 2014 – intitulado “Antes pedintes, hoje negociadores”, do pastor Robson Rodovalho, fundador da Igreja Sara Nossa Terra e ex-deputado federal. Falando em nome dos evangélicos de forma geral e fazendo referência à candidatura à presidência do Pastor Everaldo, mas também como intenção futura dos evangélicos na política, ele menciona a “clara mudança de posição do segmento evangélico como ‘player’ do jogo político”, possuindo, agora, influência e controle para dar as cartas, definir as regras do jogo.


Uma última coisa a se mencionar é que essa intenção de domínio dos evangélicos num caráter antidemocrático, que vise impor a moral cristã ao Brasil está além de textos panfletários. Essa intenção está visível numa dimensão mais popular e abrangente, já inculcada na mentalidade dos fiéis e que pode ser melhor entendida a partir de uma expressão comum no universo evangélico: “O Brasil é do Senhor Jesus Cristo” (e suas variantes “tal cidade/estado é do Senhor Jesus”, “Feliz é a nação cujo o Deus é o Senhor”, sendo esta última um salmo). Essa expressão de “posse” de um território a determinada divindade e, consequentemente, a determinada religião, se sustenta, em parte, em uma característica inerente ao cristianismo e que tem sido uma das principais motivações para quase toda investida teocrática na história: o imperativo de converter todos ao cristianismo.

Assim, vemos tal expressão ser dita por lideranças, como Silas Malafaia, nesse twitter, nesse, ou nesse vídeo do Instagram.

No banner do Twitter do Marco Feliciano.

Há até um ministério evangélico que traz esse termo: Ministério o Brasil é de Jesus.

Há também o caso das várias placas, totens, outdoors espalhados pelo país e que já geraram muita polêmica e disputa judicial. Por exemplo, em 2006, a prefeitura de Sorocaba instalou um totem com esses dizeres na entrada da cidade a pedido do então vereador e pastor Carlos Cézar da Silva, da Igreja do Evangelho Quadrangular.

Outro exemplo, na cidade de Leme/SP.

Já teve até prefeito que publicou decreto entregando a “chave da cidade ao Senhor Jesus Cristo”.

Até na música essa ideia está visível. O termo “O Brasil é do Senhor Jesus” intitula a canção de dois artistas gospel populares, Mattos Nascimento e a banda Voz da Verdade. Por sua vez, do músico Sérgio Pessoa, há “Desta Cidade Jesus Cristo é o Senhor”. Na canção de Mattos Nascimento, ele diz querer “Ver o presidente, o governador Se curvando à Deus, o nosso senhor”. Na da Voz da Verdade, é dito que “Jesus comanda este país de terra e mar” e proclama “Jesus Cristo na nossa bandeira”.

OS MEIOS

Os meios, as ferramentas para a instalação de uma teocracia evangélica no Brasil partem, particularmente, dos vastos poderes religioso, político, econômico e midiático dessas denominações.
◾Poder religioso / abrangência demográfica

Segundo o censo de 2010, 22,2% da população brasileira se declara evangélica. Um censo mais recente do Datafolha, de 2013, mostra que esse número já cresceu para 29%, sendo que 22% são neo/pentecostais. Portanto, há cerca 60 milhões de neo/pentecostais no Brasil.

Análises do perfil socioeconômico também mostram que estes milhões se encontram nas camadas mais pobres e menos escolarizadas do país, geralmente em contextos em que o poder público está totalmente ausente de suas vizinhanças e vidas. Somando-se a isso o fato de que uma estratégia de conversão comum no universo neo/pentecostal é atrair pessoas em situações de crise emocional, financeira, de saúde etc., o evangélico típico é um indivíduo de perfil manipulável e mais propenso a ser radicalizado. E considerando a participação política desses indivíduos, sabe-se que “eleitores evangélicos votam em seus pares, seus irmãos e pastores”.

Portanto, dezenas de milhões de brasileiros abertos à manipulação e radicalização prontos para votarem e apoiarem o que seus pastores sugerirem.
◾Poder econômico

Não é necessário se estender muito aqui, o poder econômico dessas igrejas é bem reconhecido. As principais lideranças religiosas neo/pentecostais são milionários e bilionários. Talvez, o que deixe mais claro, de forma sucinta, a dimensão desse poder é justamente o valor das riquezas das principais lideranças evangélicas do país divulgadas pela Forbes.

Vale ressaltar que Edir Macedo, por meio do grupo Record, também é dono de 49% de um banco, o Banco Renner.
◾Poder midiático

Mais uma vez, essa é outra dimensão de poder dessas igrejas bastante conhecida para qualquer brasileiro. E, também aqui, é a Universal que se destaca. Ela é dona da Rede Record, a segunda maior emissora no Brasil; o canal de notícias Record News; o jornal Folha Universal (circulação de mais de 2,5 milhões); a Rádio Record de São Paulo (que comanda um pool de outras 30 emissoras de rádio), a Rede Aleluia que possui 68 emissoras próprias; selos musicais. A Igreja Internacional da Graça de Deus, de R.R. Soares, ocupa o horário nobre da rede Bandeirantes, todas as noites, e conta também com uma concessão de televisão, a RIT (Rede Internacional de Televisão), que conta com 8 emissoras e mais de 170 retransmissoras. A Igreja Mundial do Poder de Deus, de Valdemiro Santiago, é dona da emissora Rede Mundial. A Igreja Apostólica Renascer em Cristo, de Estevan e Sônia Hernandes, opera várias emissoras de rádio em São Paulo e um canal de televisão, a Rede Gospel. Seria possível mencionar muitas outras igrejas, mas ficaremos apenas nessas.

Porém, a influência midiática das lideranças evangélicas tem ido além das tradicionais rádio e TV. Silas Malafaia, do ministério Vitória em Cristo, ligado à Assembleia de Deus, por exemplo, possui mais de 1 milhão e 300 mil seguidores no Twitter, além de 300 mil seguidores em seu canal no YouTube. Marco Feliciano, também ligado à Assembleia, tem meio milhão de seguidores no Twitter.

Fonte: 1
◾Poder político

Os evangélicos adentram a política nos anos 1980 e, desde então, só crescem em números e influência. Nos governos do PT, eles passam a ganhar papel de destaque nacionalmente e, no governo Temer, uma República Evangélica começa a ganhar seus contornos.

A força desse grupo se encontra particularmente no legislativo (municipal, estadual e federal), contudo, a tomada de cargos do executivo está em ascensão e é uma de suas estratégias políticas recentes, como será visto adiante. Em nível federal, a representação legislativa mais evidente deste grupo é a Frente Parlamentar Evangélica, conhecida popularmente como Bancada Evangélica. São 198 deputados e 4 senadores¹. Portanto, quase 40% dos deputados federais no Brasil pertencem à bancada Evangélica.

Lista de alguns prefeitos evangélicos mais significantes: Marcelo Crivella (Rio de Janeiro/RJ), Anderson Ferreira (Jaboatão dos Guararapes/PE), Dr. João (São João do Meriti/RJ), Edinho Araújo (São José do Rio Preto/SP), Fabiano Horta (Maricá/RJ), Marquinho Mendes (Cabo Frio/RJ), Max Filho (Vila Velha/ES), Washington Reis (Duque de Caxias/RJ).

Ministros da República evangélicos: Ronaldo Nogueira de Oliveira (M. do Trabalho), Marcos Antônio Pereira (M. da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), homem de confiança de Edir Macedo. Vale ressaltar que a Secretária de Políticas para as Mulheres, órgão subordinado ao Ministério da Justiça, é uma Evangélica, a Fátima Pelaes (ela já disse que, por conta de suas convicções religiosas, é contra o aborto mesmo em casos de estupro).

Em termos partidários, destaca-se o Partido Republicano Brasileiro (PRB), porque ele é o braço político da Igreja Universal. O Ministro Marcos Pereira e o prefeito Crivella são desse partido. No entanto, a Assembleia de Deus (ou, pelo menos, algumas alas dessa denominação com muitas ramificações) também pretende criar seu partido, o Partido Republicano Cristão (PRC), que já tem mais de 300 mil assinaturas coletadas e pretende concorrer já às eleições 2018. O coordenador político da convenção das Assembleias de Deus, pastor Lélis Marinhos, diz que a principal bandeira da nova sigla será a família, “Aquela chamada tradicional, com o princípio básico bíblico da família hétero”.

¹ Alguns desses parlamentares renunciaram por terem sido eleitos prefeitos em 2016 ou estão afastados para exercerem cargos públicos. Há parlamentares que não são evangélicos, mas católicos. Há também aqueles que apesar do apoio de igrejas evangélicas, não são vinculados a elas.

sábado, 21 de outubro de 2017

DESPIQUE E BALDÃO NA FEIRA DE CASTRO

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EM CASTRO VERDE, COMO É DA TRADIÇÃO,
NO SÁBADO À NOITE DA FEIRA DE CASTRO,
OS TOCADORES DE VIOLA CAMPANIÇA E OS
CANTADORES DE DESPIQUE E BALDÃO,
JUNTAM-SE À MESA, E DEPOIS DUMA
REFEIÇÃO CONJUNTA, INICIAM A ARTE
DE VERCEJAR DE MODO INSTANTÂNEO,
COM REGRAS A QUE NÃO PODEM FUGIR
E COM A PRESSÃO DE O FAZEREM NO
MOMENTO.


É uma arte difícil ,de raciocínio instantâneo e com um resultado que nuca se repete.

Há 27 anos que este evento acontece, graças à organização da Cortiçol e a teimosia que se saúda do José F.Guerreiro, a quem Castro Verde muito deve em áreas da cultura regional,com relevo para o cante alentejano, viola campaniça e o cante a despique e baldão.
Não esquecemos que foi o seu sentido de procura e descoberta que vieram a vivificar a viola campaniça ,ao promover na Cortiçol o seu ensino , além da criação dos grupos corais de Castro Verde ,como Os Ganhões , as Camponesas e os Carapinhas, que hoje em dia ainda continuam a existir .

No inicio , estes Encontros aconteciam na Taberna do João das Cabeças, o cenário ideal para este tipo de arte, e onde, os cantadores se sentiam mais no seu espaço natural, o de convívio entre eles .

Mais tarde , e perante o êxito e a curiosidade de muitos, o espaço da Taberna começou a ser demasiado pequeno, com muitas pessoas a ficarem nos corredores ou mesmo´na rua, o que levou a Organização a transferir para um espaço maior, como uma tenda no espaço onde actualmente existe o jardim infantil, depois no Restaurante Sol Posto e finalmente, há já uns anos , no local onde actualmente se realiza, no Forum Municipal.

Preside ao conceito, um "confronto" saudável, entre cantadores campaniços, isto é, da planinicie, "contra" cantadores serrenhos, do Alentejo da serra.
Tanto o cante a despique, como o cante a baldão, têm regras métricas que têm de ser tidas em conta pelos cantadores, o que torna ainda mais difícil, um cantador criar uma quadra e replicar , expontaneamnete , mas com as amarras da m´+etrica.

Outra particularidade, é a que ,todos os anos, após a refeição e ainda antes do inicio da fase do canto, todos os cantadores votam num dos seus companheiros para escolher aquele que será no ano seguinte objecto de homenagem.

As imagens que a seguir publico, já estão também disponíveis no nosso KANAL CASA DAS PRIMAS 345990 dq MEO, mas como nem todos têm MEO em casa , estão aqui as imagens.


De inicio com as palavras de apresentação do José F.Guerreiro


seguiu-se a actuação di Grupo de Vikas Campaniças.






Depois...

O José F.Guerreiro, enquantp no palco se preparava o número seguinte, chano ao palco o poeta popular Manuel Mira...

que

"disso" os seus próprios poemas, com relevoi para o famoso "Feira de Castro"...com as bordas do cu ardenrdo...

a seguir actuaram os

Moços dúma cana, reforçados pelo Pedro Mestre.



chegou então o tal momento em que o cantador votado no ano anterior...

...foi homenageado , recebendo das mãos do vereador da cultura Paulo Nascimento ,a tradicional placa comemorativa.

iniciando-se de seguida o«a fase do despique e baldão, anunciado e exolicado...

pelo José F.Guerreiro.







até que

as vozes soessem...

Para o ano haverá mais.

"A PAIXÃO DE VAN GOGH" filme pintado a

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UM FILME PINTADO à MÃO
COM TÉCNICA A ÓLEO.



Vincent Willem Van Gogh ganhou mais uma homenagem da indústria cinematográfica nesta semana. A paixão de Van Gogh é um longa-metragem de animação pintado inteiramente à mão - remetendo às antigas produções de animações do gênero. A produção estreou esta semana nas salas dos cinemas europeus e nos EUA.


O roteiro do filme é ambientado um ano e meio após a morte do pintor. A história do longa é contada através das obras que ele produziu, dando vida a pessoas retratadas em seus quadros, os ambientes e em locais onde viveu e que representou nas telas. Van Gogh mesmo aparece apenas em pequenos flashbacks monocromáticos durante o filme.


Filme sobre Van Gogh será primeiro longa feito somente com pinturas a óleo

A paixão de Van Gogh levou cinco anos para ser produzido, teve participação de 120 artistas que pintaram à mão 65 mil fotogramas, utilizando a mesma técnica e o estilo do pintor, com as desenhos pintados a óleo. A produção de uma hora e meia, dirigida pelo inglês Hugh Welchman, com a polaca Dorota Kobiela, mescla ainda atores reais e efeitos computadorizados.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

PRÉMIO LEYA DE LITERATURA 2010

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JOÃO PINTO COELHO VENDEU
O PREMIO LEYA 2017



João Pinto Coelho vence Prémio LeYa 2017


O escritor foi distinguido pelo romance “Os loucos da rua Mazur”, elogiado pelo juri pelas “qualidades de efabulação e verosimilhança em episódios de violência brutal com motivações ideológico-políticas e étnico-religiosas”

O escritor João Pinto Coelho venceu o Prémio LeYa 2017 com o romance "Os loucos da rua Mazur", foi esta sexta-feira anunciado.

No anúncio do vencedor, feito na sede do grupo editorial LeYa, o presidente do júri, Manuel Alegre, afirmou que "Os loucos da rua Mazur" é um romance "bem estruturado, bem escrito, que capta a atenção quer pelo tema, quer pela construção em tempos paralelos".

O júri elogiou "as qualidades de efabulação e verosimilhança em episódios de violência brutal com motivações ideológico-políticas e étnico-religiosas" deste romance inédito de João Pinto Coelho.

O autor tem já publicado o romance "Perguntem a Sarah Gross", de 2015, que foi finalista do prémio Leya em 2014.

De acordo com o currículo do autor, João Pinto Coelho nasceu em Londres, em 1967, e é licenciado em Arquitetura pela Universidade Técnica de Lisboa.

Em 2009 e 2011 participou em ações do Conselho da Europa, em Auschwitz, na Polónia, tendo juntado alunos portugueses e polacos no projeto "Auschwitz in 1st Person/A Letter to Meir Berkovich".

O prémio Leya é o maior para uma obra inédita escrita em língua portuguesa, no valor monetário de 100 mil euros, e inclui a edição da obra pelo grupo editorial que o promove.

Presidido por Manuel Alegre, o júri deste ano foi ainda constituído pelos escritores Nuno Júdice e Pepetela, pelo crítico José Castello, pelo professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra José Carlos Seabra Pereira, pelo reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo Lourenço do Rosário, e pela professora da Universidade de São Paulo Rita Chaves.

No ano passado, o júri deliberou por unanimidade não atribuir o prémio, dada a falta de qualidade das obras apresentadas, repetindo o que sucedera em 2010, a primeira vez em que não foi atribuído o galardão.

Em 2015, o vencedor foi "O Coro dos Defuntos", de António Tavares, sucedendo a Afonso Reis Cabral, vencedor da edição de 2014, com "O Meu Irmão".

O primeiro vencedor do Prémio Leya, em 2008, foi Murilo Carvalho, com o romance "O Rasto do Jaguar", ao qual se seguiu "O Olho de Hertzog", de João Paulo Borges Coelho.

Em 2011, o júri distinguiu o romance "O Teu Rosto Será o Último", de João Ricardo Pedro, em 2012 "Debaixo de Algum Céu", de Nuno Camarneiro e em 2013 "Uma Outra Voz", de Gabriela Ruivo Trindade, a primeira mulher a ser distinguida com este galardão.

De acordo com o regulamento, o Prémio LeYa visa "incentivar a produção de obras originais de escritores de Língua Portuguesa, e destina-se a galardoar uma obra inédita de ficção literária, na área do romance, que não tenha sido premiada em nenhum outro concurso".

O regulamento determina ainda que podem candidatar-se ao prémio "todas as pessoas singulares com plena capacidade jurídica, independentemente da sua nacionalidade".

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

GEORGE SAUNDERS´É O VENCEDOR DO MAN BOOKER PRIZE 2017

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É NORTE AMERICANO O
VENCEDOR DESTA EDIÇÃO
DO MAN BOOKER PRIZE.



George Saunders é o vencedor do Man Booker Prize 2017


"Lincoln no Bardo", o primeiro romance de George Saunders, é grande vencedor do Man Booker Prize. Saunders é o segundo norte-americano a ganhar o galardão inglês.

"Lincoln no Bardo", o primeiro romance de George Saunders, é o vencedor da edição deste ano do Man Booker Prize, um dos mais importantes prémios literários de língua inglesa. Saunders torna-se assim no segundo norte-americano a levar para casa o galardão, no valor de 50 mil libras (56 mil euros), depois de este ter sido atribuído no ano passado a Paul Beatty, autor de The Sellout (O Vendido). Beatty foi o primeiro escritor de nacionalidade norte-americana a receber o prémio.

Num vídeo divulgado através das redes sociais, Baroness Lola Young, presidente do júri deste ano, explicou que o vencedor se destaca dos outros cinco finalistas “pela sua inovação” e “pela forma como foi escrito”. “Um dos jurados referiu-se a ele como fogo-de-artíficio que ilumina o céu e nos faz repensar a maneira como encarávamos coisas como a morte e o luto e nos faz reconciliar com a nossa própria e com a mortalidade dos outros, principalmente daqueles que amamos“, referiu ainda Baroness Lola Young.

“Podemos ficar um bocadinho desconcertados com a forma como a história é apresentada, o formato e a forma como as personagens falam mas, assim que entramos nela, é como fazer parte de um carnaval com muitas, muitas personagens diferentes”, disse ainda a presidente do júri, composto também por Lila Azam Zanganeh, Sarah Hall, Tom Phillips e Colin Thubron.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

DEUS

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LAMPIÃO , NO INFERNO

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CABRA MACHO, TERROR DO SERTÃO
O LAMPIÃO ,É CLARO, FOI PARA
O INFERNO E....




QUEM FOI LAMPIÃO?

LAMPIÃO E MARIA BONITA

Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião (Serra Talhada, 4 de junho de 1898[1] — Poço Redondo, 28 de julho de 1938), foi um cangaceiro brasileiro, que atuou no Nordeste do Brasil — exceto no Piauí e no Maranhão —, ficando conhecido como Rei do Cangaço, por ser o mais bem sucedido líder cangaceiro da história. Ganhou seu apelido devido a sua capacidade de disparar consecutivamente, iluminando a noite.

Entrou definitivamente para o cangaço em 1921, após seu pai ter sido morto a tiros pela polícia. Em 1922, tornou-se líder do bando até então comandado por Sinhô Pereira em Pernambuco. No mesmo ano matou o informante que entregou seu pai à polícia, e realizou o maior assalto da história do cangaço àquela altura, contra a Baronesa de Água Branca em Alagoas. Em 1929 se juntou a Maria Bonita na Bahia, e em 1930 apareceu no jornal The New York Times pela primeira vez. O bando de Lampião foi cercado na fazenda de Angicos, atual município de Poço Redondo em Sergipe, no ano de 1938. Os cangaceiros foram decapitados e suas cabeças foram fotografadas na cidade alagoana de Piranhas, e expostas em diversas cidades do Nordeste como Maceió e Salvador.[3]

Nascimento

Há grande controvérsia sobre a data de nascimento de Lampião. As mais citadas são:
4 de junho de 1898:[4] É a data citada em sua Certidão de Batismo,[5] uma das mais citadas na literatura de cordel. Este dia é geralmente aceito por muitos[6][5][4] devido ao costume das regiões do semiárido de primeiro batizar as crianças e registrá-las tempos depois, devido a um misto de religiosidade e desconfiança em relação ao poder civil constituído e a um "enquadramento administrativo" por parte deste.[6]
12 de fevereiro de 1900:,[6] data dada segundo Antônio Américo de Medeiros pelo próprio Lampião em entrevista ao escritor cearense Leonardo Mota, em 1926, em Juazeiro do Norte.[7]

A questão de sua data de nascimento torna-se ainda mais relevante no contexto em que se instituem datas comemorativas em seu nome, como o "Dia do Xaxado", projeto da Câmara Municipal de Serra Talhada que escolheu a data de 7 de julho, que corresponde a seu registro civil.

Vida

Nascido na cidade de Vila Bela, atual Serra Talhada, no semiárido do estado de Pernambuco, foi o terceiro filho de José Ferreira dos Santos e Maria Sucena da Purificação. Sendo seus padrinhos: Manoel Freire Lopes e Maria José da Solidade. Neto paterno de: Antônio Ferreira de Barros e Maria Francisca da Chaga. Neto materno: Manoel Pedro Lopes e Jacosa Vieira do Nascimento. Testemunhas: Antônio Francisco de Souza e José Bernardino de Souza.

O seu nascimento só foi registrado no dia 12 de agosto de 1900. Até os 21 anos de idade ele trabalhava como artesão, era alfabetizado e usava óculos para leitura, características bastante incomuns para a região sertaneja e pobre onde ele morava. Uma das versões a respeito de seu apelido é que sua capacidade de atirar seguidamente, iluminando a noite com seus tiros, fez com que recebesse o apelido de lampião.

Sua família travava uma disputa com outras famílias locais, geralmente por limites de terras, até que seu pai foi morto em confronto com a polícia em 1919. Virgulino jurou vingança, e junto de mais dois irmãos, passou a integrar o grupo do cangaceiro Sinhô Pereira. Durante os 20 anos seguintes (começou aos 21 anos), Lampião viajou com seu bando de cangaceiros, que nunca ultrapassou o número de 50 homens, todos a cavalo e em trajes de couro, chapéus, sandálias, casacos, cintos de munição e calças para protegê-los dos arbustos com espinhos típicos da vegetação caatinga. Para proteger o "capitão", como Lampião era chamado, todos usavam sempre um poder bélico potente. Como não existiam contrabandos de armas para se adquirir, em sua maioria eram roubadas da polícia e de unidades paramilitares. A espingarda Mauser e uma grande variedade de pistolas semiautomáticas e revólveres também eram adquiridos durante confrontos. A arma mais utilizada era o rifle Winchester. O bando chamava os integrantes das volantes de "Macacos" - uma alusão ao modo como os soldados fugiam quando avistavam o grupo de Lampião: "pulando".

Lampião foi acusado de atacar pequenas fazendas e cidades em sete estados além de roubo de gado, sequestros, assassinatos, torturas, mutilações, estupros e saques. Entretanto, também foi muito relatado que Lampião era como um Robin Hood do sertão brasileiro, que frequentemente roubava de fazendeiros, políticos e coronéis para dar aos pobres miseráveis, que passavam fome e lutavam para sustentar famílias.

Era devoto de Padre Cícero e respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram uma única vez, no ano de 1926, em Juazeiro do Norte.

Sua namorada, Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita, juntou-se ao bando em 1930 e, assim como as demais mulheres do grupo, vestia-se como um cangaceiro e participou de muitas das ações do bando. Virgulino e Maria Bonita tiveram uma filha, Expedita Ferreira, nascida em 13 de setembro de 1932. Há ainda a informação controversa de que eles tiveram mais dois filhos: os gêmeos Ananias e Arlindo Gomes de Oliveira, mas nunca foi comprovada a verdade dos fatos. O casal teria tido ainda dois natimortos.

Cronologia

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15 de julho de 1895 – Nasce Antônio Ferreira da Silva, que se tornaria o cangaceiro Antônio Ferreira. Seus pais eram Maria Lopes de Oliveira, conhecida como dona "Maria Jacosa", e Venâncio Nogueira, seu patrão.
Venâncio Nogueira doa a ela o sítio Passagem das Pedras, no riacho São Domingos, em Serra Talhada - PE.
José Ferreira da Silva, conhecido como "Zé Ferreira" e natural da fazenda Carro Quebrado, em Triunfo - PE, casa-se com "Maria Jocosa" e assume a paternidade da criança.

Cartaz do Governo da Bahia, oferecendo recompensa pela captura de Lampião (1930)7 de novembro de 1896 – Nasce Levino Ferreira da Silva, o "cangaceiro Vassoura", primeiro filho biológico de "Zé Ferreira" com "Maria Jacosa".
7 de julho de 1897 – Nasce Virgulino Ferreira da Silva Lampião, no sítio Passagem das Pedras, em Serra Talhada - PE.
8 de março de 1911 - Nasce Maria Gomes de Oliveira, vulgo Maria Bonita, na fazenda Malhada Caiçara, em Paulo Afonso - BA. Seus pais eram José Felipe e Maria Joaquina da Conceição, conhecida como "Maria Dea". Alguns estudiosos do cangaço revelam que não há certeza sobre a data de nascimento de Maria Bonita, e também que ela não seria filha de José Felipe, mas de um senhor chamado "Agripino", ex-namorado de "Maria Dea". Segundo o pesquisador Valdir de Moura Ribeiro, o nascimento de Maria Bonita foi em 10 de janeiro de 1910.
1916 – "Zé Caboclo" é preso pelo inspetor Manoel Lopes sob a acusação de roubo de bodes. Os irmãos Ferreira (Antônio, Levino e Virgulino) também são acusados do crime por Domingos Rodrigues, pagando a ele uma indenização financeira.
Após este incidente, foram encontrados dois chocalhos pertencentes a Zé Saturnino nas vacas dos Ferreiras. "Zé Saturnino" então pega três chocalhos dos Ferreiras e coloca em vacas suas.
O jovem Virgulino pega um burro pertencente a "Zé Saturnino", que acusa os Ferreiras de ladrões. Virgulino Ferreira, ofendido, manda ele ir buscar o burro em sua casa, e então mata nove reses de "Zé Saturnino".
Saturnino foi falar com "Zé Ferreira", arbitrariamente proibindo seus filhos de cuidar do rebanho em campo. Esta ordem de Saturnino não foi acatada pelos irmãos Ferreira, e eles foram emboscados por Saturnino na fazenda "Pedreira", em Lagoa da Água Branca. Nesta ocasião Antônio Ferreira, o irmão mais velho de Virgulino, foi ferido.
"Zé Ferreira" foi então até Serra Talhada (PE) pedir ajuda ao Coronel Antônio Timóteo de Lima, latifundiário pertencente à mesma corrente política da família Nogueira (Venâncio Nogueira era o pai biológico de Antônio Ferreira). No entanto, nenhuma providência foi tomada.
"Quelé do Cipó", parente de "Zé Saturnino" tentou apaziguar a questão, propondo reconciliação entre Saturnino e os Ferreira, mas "Zé Saturnino" não quis saber de qualquer tentativa de acordo.
5 de agosto de 1917 – É fundado o povoado de Nazaré do Pico, distrito de Floresta - PE.
1917 – Na tentativa de evitar mais conflitos, "Zé Ferreira", homem calmo e sensato, vende suas terras e vai morar na fazenda Poço do Negro, próximo ao povoado de Nazaré do Pico, em Floresta - PE.
10 de fevereiro de 1918 – "Zé Saturnino" vai buscar um dinheiro em Nazaré do Pico, quebrando um acordo não ir à cidade onde a família Ferreira morava. Ele então é emboscado por Virgulino e seu primo Domingos Paulo. No dia seguinte "Zé Saturnino", acompanhado por 15 homens, cerca a fazenda Poço do Negro, residência dos Ferreira. No conflito, um dos homens de Saturnino é baleado, o cabra "Zé Guedes".
1919 – Nazaré do Pico é invadida por "Jacinto Alves de Carvalho". Virgulino, agora chamado de Lampião, defende o povoado.
José Alves Nogueira, tio de "Zé Saturnino" é emboscado por Virgulino Lampião. João Flor, padrinho de Virgulino, vai até o local do embate, pensando que era "Jacinto" novamente atacando o povoado. Contudo, ele descobre que o ato fora cometido por seu próprio afilhado, iniciando um atrito entre ele e os Ferreira.
Levino Ferreira da Silva dá um tiro no canto da rua e Odilon Flor, filho de João Flor, revida, quase atingindo Lampião na cabeça. Começa o tiroteio e Levino é ferido e vai até a casa de Chico Euzébio, onde é preso e levado para Floresta. Levino é solto e os Ferreiras vão embora para Água Branca, em Alagoas.
1920 - Lampião junta-se ao cangaceiro Antônio Matilde e ataca por diversas vezes a fazenda "Pedreira", pertencente a Zé Saturnino. Dos cabras que acompanhavam Lampião, podemos destacar os cangaceiros Antônio Ferreira, Levino Ferreira (Vassoura), Antônio Rosa, Baião, Manoel Tubiba, Cajazeira, Baliza, Zé Benedito, Olímpio Benedito e Manoel Benedito.
"Ze Saturnino" vendo prejuízos a seu gado e à sua fazenda, procurou seu tio, o famoso cangaceiro "Cassimiro Honório", que trouxe vários cabras para defesa da fazenda do sobrinho. Lá, alguns combates com o bando de Lampião foram travados. Entres os cabras de Ze Saturnino podemos citar Nego Tibúrcio, Zé Guedes, Zé Caboclo, Vicente Moreira, Batoque e o famoso Marcula.
Maio de 1920 – Em Alagoas, "Zé Ferreira" manda o filho João Ferreira comprar remédio para um sobrinho doente. O delegado Amarílio prende João Ferreira, como isca para tentar prender seus irmãos foragidos.
Maria Jacoza, mãe de Lampião, fica preocupada e resolve ir embora da região. Ela adoece e morre na fazenda "Engenho" de Luiz Fragoso. Dezoito dias após sua morte, Zé Ferreira, pai de Lampião, Antônio e Vassoura, é morto pelo tenente José Lucena de Albuquerque Maranhão e os irmãos Ferreira resolvem entrar de vez na vida do cangaço.
1921- Os Ferreira entram no grupo dos Purcinos e matam o viajante Arthur Pinto. O tenente "Zé Lucena" vai até Poço Branco (AL), onde trava tiroteio com o grupo dos Purcinos. O cangaceiro Gafanhaque é morto. Nesse ano os Ferreiras e os Purcinos matam ainda 6 irmãos da família Quirino, de Júlio Batista.
Junho de 1921 – Os Ferreiras entram no grupo de Sebastião Pereira e Silva, vulgo Sinhô Pereira, cangaceiro famoso de Serra Talhada - PE.
8 de agosto de 1921 – Combate na centenária fazenda "Carnaúba", em Serra Talhada (PE), entre "Sinhô Pereira" e "capitão Zé Caetano" sendo morto o cangaceiro Luiz Macário, e vitória da força volante.
Setembro de 1921 – Combate na fazenda "Feijão" entre Sinhô Pereira e tenente João Marques de Sá. Vitória dos cangaceiros sem morte nenhuma.
Outubro de 1921 – O bando de Sinhô Pereira e Lampião vai para o Ceará, onde travam combate na fazenda "Mandaçaia", não sofrendo nenhuma baixa em ambas as partes. Quatro dias depois travam combate na vila de Coité morrendo um soldado e saindo dois bandidos feridos. Depois houve outro combate onde foi morto o cangaceiro "Pitombeira" e saíram feridos o cangaceiro "Lavandeira" e dois soldados.
23 de junho de 1922 – Lampião faz um assalto à fazenda "Baronesa de Água Branca", da cidade de Água Branca (AL), roubando aí grande quantia em dinheiro, sendo pela primeira vez comandante de um grupo próprio.
18 de julho de 1922 – Combate em Poço da Areia (AL) contra a força de 120 soldados do tenente Medeiros, além de parte da família Quirino. Baixas após assalto: O sargento Agapito e dois soldados, contra 20 cangaceiros de Lampião. Neste combate saiu gravemente ferido o cangaceiro Fiapo I, sendo morto por Lampião depois.
Agosto de 1922 – Devido aos pedidos da família, o cangaceiro Sinhô Pereira vai embora da fazenda "Preá", no Ceará, com destino a Goiás, para juntar-se ao primo e ex-cangaceiro Luiz Padre.
20 de outubro de 1922 – Invasão de São José do Belmonte (PE) onde é morto o rico comerciante e chefe político, coronel Luiz Gonzaga Lopes Ferraz. Lampião não tinha nenhuma inimizade com o coronel mas atacou a cidade e matou o comerciante a pedido de "Yoyô Maroto", parente de "Sinhô Pereira" e inimigo político de Gonzaga. Depois disso a viúva vai embora do estado.
31 de julho de 1923 – De surpresa, Lampião entra em Nazaré do Pico e vai ao casamento de sua prima e ex-amor de infância Maria Licor Ferreira com Enoque Menezes com o intuito de acabar o casamento sendo repelido pelo padre Kerlhe que pede para ir embora e deixar o casamento acontecer. Ele decide ir embora, mas deixa a ordem para ninguém no povoado dançar.
1 de agosto de 1923 – Combate na praça de Nazaré entre Lampião e a força do sargento "Sinhorzinho Alencar" com a ajuda dos civis nazarenos João Flor, Euclides Flor, Manoel Flor, Davi Gomes Jurubeba, Pedro Gomes de Lira e Zé Saturnino e mais seis homens. Lampião vai embora. Depois desse ocorrido João Flor consegue alistar sua família na Força Volante de Combate ao Banditismo de Pernambuco por influência dos irmãos Pessoa de Queiroz. Tem início a Força de Nazaré, a mais ferrenha perseguidora de Lampião.
12 de agosto de 1923 – Combate na fazenda "Enforcado", na Serra do Pico, em Floresta (PE) entre o grupo de Lampião e os nazarenos. Saíram feridos o bandido Miguel Piloto e os nazarenos Pedro Gomes de Lira, Olímpio Jurubeba e Adão Thomaz Nogueira.
5 de janeiro de 1924 - Lampião invade a cidade de Santa Cruz da Baixa Verde - PE em busca de matar o seu ex-amigo Clementino Quelé. Nesse combate Lampião incendiou 3 casas e foi repelido pela força policial comandada pelo tenente Pedro Malta. Nesse combate morreram Pedro Quelé e Alexandre Cruz, ficando ferido Deposiano Alves Feitosa.
11 de janeiro de 1924 - Lampião ataca novamente Santa Cruz da Baixa Verde - PE. Foi repelido por Clementino Quelé, que depois entrou na polícia.
Janeiro de 1924 - Lampião ataca o povoado de Tupanaci, em Mirandiba - PE onde na ocasião encontrava-se um pequeno grupo de cangaceiros comandados por Tibúrcio Severino dos Santos, vulgo Nego Tibúrcio, ex-cabra de Zé Saturnino e odiado por Lampião. Lampião então entra em combate e mata Tibúrcio e seus cabras, partindo o cangaceiro em vários pedaços e jogando o corpo no meio da rua.
Março de 1924 - Combate de Lampião na Serra do Catolé, em São José do Belmonte - PE. Lampião é gravemente ferido no pé, sendo cuidado pelo Dr. José Cordeiro e pelo Dr. Severino Diniz, da cidade de Triunfo - PE. A pedido do padre Kerlhe, pensou em se entregar para a polícia, mas depois voltou atrás e continuou no cangaço.
27 de julho de 1924 - Lampião manda um subgrupo com 84 cabras, tendo o comando dos cangaceiros Antônio Ferreira, Levino Ferreira, Sabino Gomes, Paizinho, Meia-Noite e o fazendeiro Chico Pereira atacar e saquear a cidade de Sousa - PB. Tudo na cidade virou alvo de saque, os cangaceiros roubaram o comércio, residências, tendo a cidade um prejuízo incalculável. O principal alvo era o coronel Otávio Mariz, desafeto de Chico Pereira, que fugiu. O juiz Dr. Archimedes Soutto Mayor foi humilhado em praça pública pelo bando. O destacamento local era comandado pelo tenente Salgado, que nada pôde fazer. Depois desse ataque, o coronel Zé Pereira, de Princesa Isabel - PB, nunca mais deu proteção ao cangaceiro.
14 de novembro de 1924 – Lampião toca fogo na casa da fazenda Lagoa do Mato, de Pedro Thomaz Nogueira, sendo perseguido pelos nazarenos Manoel Jurubeba, Manoel Flor, Inocêncio Nogueira e Levino Caboclo até chegar na fazenda Baixas de Antônio Feitosa, em Floresta - PE. Lá houve novo combate entre Lampião, com quinze a 20 bandidos, contra os nazarenos Euclides Flor, Olímpio Jurubeba, Elói Jurubeba, Pedro Lira, Abel Thomaz, Manoel Thomaz e Davi Jurubeba, que saiu ferido no tornozelo. Foram mortos o bandido Manoel de Margarida e os nazarenos Olímpio Jurubeba e Inocêncio Nogueira.
11 de fevereiro de 1925 - Lampião entra pacificamente na cidade de Custódia - PE.
20 de fevereiro de 1925 - Lampião tenta entrar pacificamente na vila de Espírito Santo, município de Tabira - PE nos dias de hoje, para visitar seu primo Herculano Ferreira, porém é surpreendido por um ataque da Família Gomes dos Santos, importante família do pajeú daquela época com vários fazendeiros em Serra Talhada, Floresta e na Vila de Espírito Santo Tabira. O ataque foi comandado pelo Tenente Anselmo Saraiva de Moura, vindo de Serra Talhada, que havia comprado uma grande fazenda no Sitio Cajá, tendo trazido a sua família para morar e defender aquela vila.
4 de julho de 1925 - Lampião ataca a fazenda Melancia, em Flores - PE. O proprietário Zé Calu é violentado pelo grupo. Em seu socorro vieram os sargentos Imbrain e Zé Guedes, que com trinta soldados vão atrás do grupo, que se aloja na fazenda Barra do Juá, onde são mortos dois cangaceiros. Dali, os cangaceiros vão para o sitio Tenório, em Flores - PE, onde o soldado Berlamino Morais em pleno combate viu um vulto de cangaceiro em cima de uma pedra gritando e atirando. Belarmino então atira e mata. Era o cangaceiro Levino Ferreira da Silva, irmão de Lampião. No outro dia, ao saber disso, o capitão Zé Caetano e o cabo Pedro Monteiro vão até a fazenda Tenório e encontram os 3 corpos sem as cabeças, prática esta utilizada pelos cangaceiros para dificultar o reconhecimento pela polícia.
14 de novembro de 1925 – Combate na fazenda Xique-Xique, em Serra Talhada - PE entre Lampião e a força volante composta de Euclides Flor, Manoel Flor, João Jurubeba, Aurelino Francisco, Hercílio Nogueira, Ildefonso Flor e o rastejador Batoque. Neste combate é morto o soldado Ildefonso Flor. Dois cangaceiros são capturados, Mão Foveira e Cancão.
4 de fevereiro de 1926 – Na fazenda Caraíbas, em Floresta - PE houve combate entre Lampião com sessenta cangaceiros e a força volante do tenente Optato Gueiros com 35 soldados. O tenente Higino Belarmino, o cabo Manoel de Souza Neto e o rastejador Batoque saíram feridos. Foi morto os soldados Aristides Panta, Benedito Bezerra de Vasconcelos e Antônio Benedito Mendes e também 6 cangaceiros de Lampião.
18 de fevereiro de 1926 – Lampião aproveita e ataca Nazaré do Pico com cinquenta cabras. No povoado estavam apenas Lúcio Nogueira, Abel Thomaz, Aureliano Nogueira, Manoel Jurubeba, Gomes Jurubeba e João Jurubeba. Depois chegou Odilon Flor com Euclides Flor, Vicente Grande, Manoel Lira, Antônio Capistrano e Quinca Chico. Lampião recuou que com raiva tocou fogo nas fazendas de Euclides, João Flor, Afonso Nogueira e Praxedes Capistrano.
20 de fevereiro de 1926 – A Coluna Prestes passa próximo ao povoado de Nazaré com seiscentos homens sendo perseguida pela força legalista comandada pelo major Otacílio Fernandes, que ao entrar no povoado trocou tiros por engano com os habitantes.
23 de fevereiro de 1926 - Lampião ataca a fazenda Serra Vermelha, em Serra Talhada - PE e Antônio Ferreira mata Zé Alves Nogueira, tio de seu inimigo Zé Saturnino. Zé Nogueira havia sido sequestrado pela Coluna Prestes na passagem da mesma pela região e tinha acabado de chegar em casa cansado da violência sofrida pelos revoltosos . Sua morte gerou grande ódio na família Nogueira.
12 de março de 1926 – Lampião recebe a patente de capitão do Exército Patriótico de Padre Cícero em Juazeiro do Norte - CE. Lampião tinha bastante respeito e devoção ao padre e sua chegada na cidade foi com festa, sendo até entrevistado. Foi a ultima vez em que reuniu toda a família para tirar uma foto. Recebeu muita munição e ordens para combater a Coluna Prestes.
20 de abril de 1926 - Lampião ataca o povoado de Algodões, que se encontrava com os soldados doentes de malária.
3 de julho de 1926 – Lampião ataca as cidades de Cabrobó - PE, Ouricuri - PE e Parnamirim - PE.
7 de julho de 1926 - Lampião manda o cangaceiro Sabino Gomes atacar a cidade de Triunfo - PE, saqueando o comércio local. Houve troca de tiros com a polícia, saindo mortos 2 soldados e o comandante da polícia local.
1 de agosto de 1926 – Lampião, com oitenta cangaceiros, ataca a fazenda Serra Vermelha, em Serra Talhada - PE. A família Nogueira, composta do major João Alves Nogueira, do seu filho Neneco e dos seus netos Luiz, Dãozinho, Raimundo e Gentil Nogueira, combate, saindo mortos o cabra Zé Paixão e Antônia, ambos moradores de João Nogueira, este tio-sogro de Zé Saturnino.
26 de agosto de 1926 – O cangaceiro Horácio Novaes pede a Lampião para atacar a família Gilo, na fazenda Tapera, em Floresta - PE, por conta de uma mentira que Horácio contou a Lampião sobre o patriarca da família. Lampião então mata 12 pessoas da família e na hora de mostrar uma carta ao patriarca o mesmo responde que não sabe ler e escrever sendo morto na mesma hora por Horácio Novaes. Lampião percebe a mentira de Horácio e ele sai do grupo indo embora para o sul do país.
2 de setembro de 1926 - Lampião ataca novamente a cidade de Cabrobó - PE.
6 de setembro de 1926 – Lampião ataca a Fazenda Saco do Martinho, de propriedade do Tenente Coronel Martinho da Costa Agra Parnamirim - PE, morrendo 2 soldados.
16 de setembro de 1926 – Combate na fazenda Tigre, em Itacuruba - PE entre Lampião e o cabo Francisco Liberato. Lampião foi ferido na omoplata e o cangaceiro Moreno no pé. Lampião foi para a Serra da Cunha, em Tacaratu - PE tratar do ferimento. Lá ficou escondido sobre a proteção do rico fazendeiro Ângelo Gomes de Lima, o Anjo da Gia.
11 de novembro de 1926 – Combate na fazenda Favela, em Floresta - PE entre Lampião e a força volante comandada pelo cabo Manoel de Souza Neto e o sargento Zé Saturnino. A força recuou, morrendo 5 soldados, sendo um deles João Gregório Ferraz Neto, da família nazarena. Do lado dos cangaceiros morreram cinco bandidos. Após o combate o capitão Muniz de Farias chegou à fazenda e mandou tocar fogo em tudo por ter raiva do dono da fazenda.
25 de novembro de 1926 – Lampião sequestra o viajante Mineiro Dias e vai até a Serra Grande, em Serra Talhada - PE. Nessa serra acontece o maior combate entre cangaceiros e a polícia. Participam do combate o major Theófanes Ferraz Torres, tenente Higino Belarmino, tenente Sólon Jardim, sargento Arlindo Rocha, cabo Manoel Neto, despedaçam Euclides Flor e mais 400 homens. Lampião, do alto da serra, ataca e mata onze da polícia e deixa onze feridos, entre eles Manoel Neto e Arlindo Rocha. De Lampião apenas Antônio Ferreira foi baleado.
25 de dezembro de 1926 - Por conta do ferimento e da falta de munição, gasta no combate da Serra Grande, o cangaceiro Antônio Ferreira, Luiz Pedro, Jurema e Biu vão até a fazenda Poço do Ferro, em Tacaratu - PE, pertencente ao coiteiro Ângelo Gomes de Lima. O cangaceiro Luiz Pedro estava limpando uma arma e acabou dormindo. Antônio Ferreira, em ato de brincadeira, balança a rede para acordá-lo e a arma dispara acidentalmente, atingindo Antônio Ferreira. Lampião é chamado até a fazenda. Chegando lá encontra Antônio ainda vivo e isenta Luiz Pedro de culpa. Logo depois, morre o cangaceiro Antônio Ferreira, seu irmão.
3 de abril de 1927 - Lampião manda um subgrupo comandado pelo cangaceiro Jararaca atacar a cidade de Carnaíba - PE, assaltando o comércio local.
15 de maio de 1927 - Lampião tenta entrar na cidade de Uiraúna - PB com 35 cabras, sendo repelidos pela força policial comandada pelo tenente Nelson Furtado Leite e mais 14 homens. O combate durou cerca de uma hora, saindo vencedora a força policial, que perdeu apenas um soldado.
13 de junho de 1927 - Lampião ataca a cidade de Mossoró - RN. O bando de Lampião foi dividido em vários subgrupos comandados pelos cangaceiros Sabino Gomes, Massilon Leite, Jararaca e Luiz Pedro. A cidade estava totalmente organizada tendo à frente o prefeito Rodolfo Fernandes, que distribuiu seu pessoal nas 4 torres da cidade, que àquela altura era a segunda maior do estado. Lampião sofreu sua maior derrota. O cangaceiro Jararaca foi preso e enterrado vivo. Mossoró saiu vencedora.[11]
15 de junho de 1927 - Lampião, em fuga do combate de Mossoró, sequestra a senhora Maria Rocha e o senhor Antônio Gurgel, pedindo 80 contos de réis. Para isso ele vai até a cidade de Limoeiro do Norte - CE sendo recebido pacificamente pelo juiz Custódio Saraiva, que passou telegrama sobre o resgate do sequestro, que não chegou. Lampião dormiu na cidade e depois foi embora.
17 de junho de 1927 - Combate entre Lampião e a Força Volante na Serra da Micaela, em Jaguaribara - CE. Lampião com 42 homens e a policia com 815 homens comandados pelo major Moisés Leite de Figueiredo, cunhado do major Isaías Arruda, este velho coiteiro de Lampião. Apesar de no combate terem sido mortos dois soldados e um saído ferido, o major Moisés, com grande número de policiais, foi acusado de covardia pelo tenente Joaquim Teixeira de Moura.
7 de julho de 1927 - Lampião, em fuga de Mossoró, passa um bom tempo na Serra do Coxá, em Milagres - CE. Depois de alguns dias saiu e foi para a casa de Zé Cardoso na fazenda Ipueiras, em Aurora - CE. Lá era coito de seu velho amigo Isaías Arruda, o que fez Lampião confiar. Chegando nessa fazenda Lampião almoçou e logo depois o dono ofereceu 8 cabras para participar do bando, o que foi recusado por Lampião desconfiado de traição. Realmente estava combinada entre o major Moisés e seu cunhado Isaías Arruda essa estratégia. Lampião resolve ir embora, sendo atacado pelo major Moisés com quinze soldados.
9 de julho de 1927 - Lampião passa pelo Morro Dourado, em Milagres - CE em rumo a cidade de Santa Inês - PB.
27 de março de 1928 - Lampião vai até a fazenda Batoque, em Jati - CE do coiteiro Antônio da Piçarra. A Força de Nazaré entra no estado cearense. O cangaceiro Sabino Gomes conversava ao pé de uma fogueira quando é atingido na boca por Hercílio Nogueira, dos nazarenos. Lampião bate em retirada, sendo perseguindo pela polícia. Duas semanas depois, não aguentando ver tanto sofrimento com o ferimento de Sabino, o cangaceiro Mergulhão a pedido mata Sabino com um tiro de misericórdia.
21 de agosto de 1928 - Lampião atravessa de canoa o Rio São Francisco, entrando no estado da Bahia com os cangaceiros Luiz Pedro, Ezequiel Ferreira, Moreno, Virgínio Moderno e Mergulhão.
26 de agosto de 1928 - Lampião entra na cidade de Bonfim - BA. Houve pequeno combate com a força do tenente Manoel Neto.
1 de março de 1929 - Lampião entra pacificamente na cidade de Carira - SE.
25 de novembro de 1929 - Lampião entra em Nossa Senhora das Dores - SE. De lá vai de carro até a cidade de Capela - SE. Lá visita o comércio local, assiste a um filme no cinema e recolhe dinheiro com os comerciantes locais.
16 de dezembro de 1929 - Lampião entra na cidade de Pombal - BA.
22 de dezembro de 1929 - Lampião entra em Queimadas - BA. Lá, ele assaltou a casa de João Lantyer de Araújo Cajahyba, cortou os fios do telégrafo e sequestrou os telegrafistas Joaquim Cavalcante e Manoel Evangelista, pelos quais recebeu o resgate de 500 mil réis. Depois, foi até a cadeia e prendeu o sargento Evaristo Costa e outros 7 soldados. Foi almoçar e depois voltou para a cadeia e soltou todos os presos. Mandou os todos os 7 soldados ajoelharem e matou um por um. Pela noite, saqueou o comércio, conseguindo 20 contos de réis. Foi ao cinema da cidade e depois mandou fazer um baile.
23 de dezembro de 1929 - Lampião invade a cidade de Quijingue - BA. Lá ele fez um baile e deu dinheiro para o povo.
25 de dezembro de 1929 - Lampião ataca a cidade de Mirandela - BA. A força policial comandada por Francisco Guedes de Assis repele o ataque, travando pequeno combate no qual são mortos os civis Manoel Amaral e Jeremias Dantas e mais um soldado. Nesse combate é ferido o cangaceiro Luiz Pedro. Lampião então entra na cidade e saqueia o comércio local.
17 de outubro de 1930 - Lampião invade a cidade de Simão Dias - SE. Invadiu casas, saqueou o comércio local e humilhou alguns moradores, levando a morte à esposa do latifundiário Martinho Ferreira Matos, que estava de resguardo quando foi violentada por Lampião.
dezembro de 1930 - Lampião conhece Maria Bonita, casada com o sapateiro Zé de Neném. Ela já era apaixonada pelo cangaceiro e fugiu com ele deixando uma carta para o ex-marido. Foi a primeira mulher a participar do cangaço.
24 de maio de 1931 - Combate em Tanque do Touro entre o bando de Lampião e o tenente Arsênio. Nesse combate, a cangaceira Dadá, esposa de Corisco, tem um filho que nasce em pleno tiroteio. A criança, de nome Josafá, morre dois meses depois.
28 de julho de 1931 - O Governo da Bahia contrata a Força de Nazaré, comandada pelo tenente Manoel de Souza Neto, para combater Lampião naquele estado. Faziam parte daquela força o sargento Davi Jurubeba, Euclides Flor, Manoel Flor, João Gomes de Lira, Pedro Gomes de Lira, Herculano Nogueira, João Cavalcanti, Vicente Grande, Henrique Gregório e Antônio Capistrano, tudo gente do povoado.
6 de setembro de 1931 - Combate na fazenda Aroeiras, em Glória - BA entre Lampião e a força volante do tenente Manoel Neto, com quinze soldados. Neste combate acontece episódio épico em um riacho onde Manoel Neto e o famoso cangaceiro Corisco ficam frente a frente, tendo o cangaceiro fugido em disparada. Não houve baixas nesse combate.
5 de janeiro de 1932 - Lampião invade a cidade de Canindé - SE. Nesta cidade, violenta várias moças e saqueia o comércio local.
8 de janeiro de 1932 - Lampião encontra-se com 32 cangaceiros na fazenda Maranduba, em Poço Redondo - SE. A força do tenente Manoel Neto, com cem soldados, vai em perseguição, travando grande combate. Na frente da força estavam os soldados João Cavalcanti e Hercílio Nogueira, que tombaram mortos. Adalgísio Nogueira, irmão de Hercílio, tentou socorrer e também foi alvejado, morrendo no local. Foi o maior combate de Lampião na Bahia. A força recuou com seis soldados mortos e 12 feridos. Os cangaceiros perderam 3 cabras e um outro que de tão ferido Lampião matou.
20 de janeiro de 1932 - Lampião invade a cidade de Olindina - BA.
22 de abril de 1932 - Lampião trava combate na fazenda Caldeirão contra força do tenente Abdon Menezes e Manoel Neto.
11 de agosto de 1932 - Combate entre o bando de Lampião e o tenente Ladislau na fazenda Cajazeira, em Cipó - BA.
13 de setembro de 1932 - Nasceu Expedita Ferreira Nunes, filha de Lampião e Maria Bonita em Porto da Folha - SE.
23 de outubro de 1937 - Um subgrupo de Lampião, comandado por Corisco e Gato ataca violentamente a cidade de Piranhas - AL. O intuito era resgatar a cangaceira Inacinha, companheira de Gato.

A morte de Lampião e seu bando

As cabeças dos cangaçeiros incluindo Lampião e Maria Bonita na cidade de Piranhas em Alagoas.
No dia 27 de julho de 1938, o bando acampou na fazenda Angicos, situada no sertão de Sergipe, esconderijo tido por Lampião como o de maior segurança. Era noite, chovia muito e todos dormiam em suas barracas. A volante chegou tão silenciosamente que nem os cães perceberam. Por volta das 5:00h do dia 28, os cangaceiros levantaram para rezar o ofício e se preparavam para tomar café; quando um cangaceiro deu o alarme, já era tarde demais.

Não se sabe ao certo quem os traiu. Entretanto, naquele lugar mais seguro, o bando foi pego totalmente desprevenido. Quando os policiais do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva abriram fogo com metralhadoras portáteis, os cangaceiros não puderam empreender qualquer tentativa viável de defesa.

O ataque durou cerca de vinte minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e à morte. Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu líder, conseguiram escapar. Bastante eufóricos com a vitória, os policiais apreenderam os bens e mutilaram os mortos. Apreenderam todo o dinheiro, o ouro e as joias.

A força volante, de maneira bastante desumana para os dias de hoje, mas seguindo o costume da época, decepou a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando foi degolada. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira, Mergulhão (os dois também tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Luís Pedro, Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete (2) e Macela. Um dos policiais, demonstrando ódio a Lampião, desfere um golpe de coronha de fuzil na sua cabeça, deformando-a. Este detalhe contribuiu para difundir a lenda de que Lampião não havia sido morto e escapara da emboscada, tal foi a modificação causada na fisionomia do cangaceiro. "Feito isso, salgaram os seus troféus de vitória e colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal."[12] Os corpos mutilados e ensanguentados foram deixados a céu aberto, atraindo urubus. Para evitar a disseminação de doenças, dias depois foi colocada creolina sobre os corpos. Como alguns urubus morreram intoxicados pela creolina, este fato ajudou a difundir a crença de que eles haviam sido envenenados antes do ataque, com alimentos entregues pelo coiteiro traidor.

O Memorial da Resistência localizado em Mossoró no Rio Grande do Norte é um museu que retrata a história da única cidade nordestina a resistir à invasão do bando de Lampião.
Percorrendo os estados nordestinos, o coronel João Bezerra exibia as cabeças - já em adiantado estado de decomposição - por onde passava, atraindo uma multidão de pessoas. Primeiro, os troféus estiveram em Piranhas, onde foram arrumados cuidadosamente na escadaria da Prefeitura, junto com armas e apetrechos dos cangaceiros, e fotografados. Depois, foram levados a Maceió e ao sudeste do Brasil.

No IML de Aracaju, as cabeças foram observadas pelo médico Dr. Carlos Menezes. Depois de medidas, pesadas e examinadas, os criminalistas mudaram a teoria de que um homem bom não viraria um cangaceiro, e que este deveria ter características sui generis. Ao contrário do que pensavam, as cabeças não apresentaram qualquer sinal de degenerescência física, anomalias ou displasias, tendo sido classificadas, pura e simplesmente, como normais.

Do sudeste do País, apesar do péssimo estado de conservação, as cabeças seguiram para Salvador, onde permaneceram por seis anos na Faculdade de Odontologia da UFBA. Lá, tornaram a ser medidas, pesadas e estudadas, na tentativa de se descobrir alguma patologia. Posteriormente, os restos mortais ficaram expostos no Museu Antropológico Estácio de Lima localizado no prédio do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, em Salvador, por mais de três décadas.

Durante muito tempo, as famílias de Lampião, Corisco e Maria Bonita lutaram para dar um enterro digno a seus parentes. O economista Sílvio Bulhões, filho de Corisco e Dadá, em especial, empreendeu muitos esforços para dar um sepultamento aos restos mortais dos cangaceiros e parar, de uma vez por todas, a macabra exibição pública. Segundo o depoimento do economista, dez dias após o enterro de seu pai, a sepultura foi violada, o corpo foi exumado, e sua cabeça e braço esquerdo foram cortados e colocados em exposição no Museu Nina Rodrigues.

O enterro dos restos mortais dos cangaceiros só ocorreu depois do Projeto de Lei nº 2.867, de 24 de maio de 1965. Tal projeto teve origem nos meios universitários de Brasília (em particular, nas conferências do poeta Euclides Formiga), e as pressões do povo brasileiro e do Clero o reforçaram. As cabeças de Lampião e Maria Bonita foram sepultadas no dia 6 de fevereiro de 1969. Os demais integrantes do

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

OS NOSSOS HERÓIS DE INFÂNCIA

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E AINDA DIZEM QUE NOUTROS
TEMPOS É QUE ERA....



Cheguei à conclusão de que a origem das nossas neuroses está nos nossos heróis de infância. Agora é tarde…
Estes foram os óptimos exemplos que tivemos…


1) Cinderela - chegava a casa à meia noite e sem um sapato... completamente doida!
2) Tarzan - corria nu na selva e morava, literalmente, com uma macaca…
3) Aladino - era um vagabundo que ficou milionário à custa de um génio de uma lâmpada encontrada na rua e que não era dele…
4) Batman - guiava a 320 km/h e tinha o Robin como "amigo inseparável" ... ui!!…
5) Shaggy Rogers - dono do Scooby-Do, era medroso, via fantasmas e conversava com um cão… ( Freud ia adorar!!…)
6) Zé Colméia e Catatau - eram cleptomaníacos pois roubavam cestas de pic-nic…
7) Pinóquio - era mentiroso!…
8) Bela Adormecida - não trabalhava e só dormia à espera que lhe caísse do céu um príncipe encantado…
9) Branca de Neve - morava com 7 homens todos anões!...
10) Olívia Palito - sofria de bulimia.
11) Popeye - era fanático do físico, dopava-se com alimento energético em lata e fumava um cachimbo suspeito!
12) Super Homem - voava, via através das paredes, e colocava as cuecas por cima das calças.
13) Tio Patinhas - não abria a mão do dinheiro por nada.
14) A Margarida - dizia que era a namorada do Pato Donald mas saía com o Gastão.



Como querem que sejamos normais ??!!

sábado, 14 de outubro de 2017

soltas da feira de castro 2017

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A FEIRA DE CASTRO DESTE ANO 2017
TEVE ONTEM À NOITE O SEU INICIO
FORMAL COM UM CONCERTO DE ABERTURA
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A CASA DAS PRIMAS está a preparar imagens a publicar logo que concluído o processod e edição.

Do Concerto deixo apenas este pequeno vídeo



Hoje numa volta pelas ruas da vila captei estas outras imagens que publiquei já no nosso KANAL CASA DAS PRIMAS 345990 da Meo, e que aqui repita para os que não têm acesso à MEO.












amanhã há mais

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

MOVIMENTO LUDITA EM INGLATERRA

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A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL TROUXE
QUESTÕES LABORAIS E SOCIAIS
MUITO NOVOS NA ÉPOCA E QUE
LEVOU A GRANDE CONVULSÕES
EM INGLATERRA E SE ESPALHOU
MUNDO FÓRA


O ludismo (ou luddismo) foi um movimento que ia contra a mecanização do trabalho proporcionado pelo advento da Revolução Industrial.[1] Adaptado aos dias de hoje, o termo ludita (do inglês luddite) identifica toda pessoa que se opõe à industrialização intensa ou a novas tecnologias, geralmente vinculadas ao movimento operário anarcoprimitivista.

As reclamações contra as máquinas e a sua substituição em relação à mão de obra humana, já eram normais. Mas foi em 1811, na Inglaterra, que o movimento operário estourou, ganhando uma dimensão significativa.

O nome deriva de Ned Ludd, personagem criada a fim de disseminar o ideal do movimento operário entre os trabalhadores. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, movimentos operários e duras horas de jornada de trabalho. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas".

Para além de histórico, este termo representa também um conceito político, usado para designar todos aqueles que se opôem ao desenvolvimento tecnológico ou industrial. Estas pessoas são também chamadas de "luddites", em inglês, ou "luditas", em português, e o movimento social é hoje conhecido como o neoludismo.

Para o historiador Eric Hobsbawm, o ludismo "era uma mera técnica de sindicalismo de operários no período que precedeu a revolução industrial e as suas primeiras fases operáricas".



Como aconteceu

O Movimento Ludista teve o seu momento culminante no assalto noturno à manufatura de William Cartwright, no condado de York, em Abril de 1812. No ano seguinte, na mesma cidade, teve lugar o maior processo contra os ludistas: dos 64 acusados de terem atentado contra a manufatura de Cartwright, 13 foram condenados à morte e 2 a deportação para as colônias. Apesar da dureza das penas, o certo é que o movimento ludista não amainou, dado que os operários viviam em péssimas condições.

Repressão e declínio[editar | editar código-fonte]

O Ludismo enquanto prática de destruição de máquinas passou a ser cada vez mais hostilizado pelo patronato que recorreram aos parlamentos, visando a criação de leis mais severas para punir os envolvidos em revoltas. O Reino Unido que já possuía em sua legislação uma lei datada de 1721 que definia o exílio como pena máxima para a destruição de máquinas, em 1812 como resultado da oposição contínua a mecanização adotou o Frame-Breaking Act definindo a pena de morte para casos de destruição de máquinas.

A perseguição aos ludistas tornou-se implacável, com centenas de pessoas sendo presas e torturadas, dezenas de executados, industrial e a criação das primeiras trade unions (sindicatos) tornaram-se outros limitantes para o alcance e as possibilidades das revoltas ludistas, fazendo com que o ludismo entrasse em declínio em meados do século XIX.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

FEIRA DE CASTRO 2017

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A TÃO ANSIADA FEIRA DE CASTRO, A DATA
EVENTO QUE MARCA PARA OS CASTRENSE O
SEU TEMPO, TUDO GIRA EM TORNO DE
"ANTES DA FEIRA" ,"DEPOIS DA FEIRA".
REALIZA-SE JÁ NESTE PRÓXIMO FIM DE
SEMANA.


Nos dias 14 e 15 de outubro, Castro Verde revive uma das maiores e mais emblemáticas feiras do sul do país, a secular Feira de Castro. Lugar de encontro, de tradição e de memórias e uma referência no valorizar das raízes e do património oral da região. Nestes dias, a par da animação e do ambiente da própria feira será dinamizado um programa cultural, com início na sexta à noite, 13 de outubro, onde se inserem iniciativas que são já um marco da própria feira, como o cante alentejano, a viola campaniça, o folclore algarvio ou a arruada de bandas.

Na sexta-feira, a partir das 21h30, o Cineteatro Municipal de Castro Verde é palco do espetáculo da Feira de Castro 2017 que tem este ano como convidados os “Sangre Ibérico”, finalistas da última edição do Got Talent Portugal e uma das maiores revelações da música portuguesa. Fortemente influenciados pelo flamenco e pelo fado, unem os dois países na transformação de fados e de música tradicional portuguesa em rumbas flamencas (ENTRADA LIVRE).

Nos dias seguintes (14 e 15 de outubro) Castro Verde assiste a mais um grande encontro de cante e viola campaniça que traz para a rua iniciativas como o desfile de corais “Planície a Cantar”, um encontro que é já uma marca forte da Feira e que promove a riqueza do Cante, Património Cultural e Imaterial da Humanidade, ou o XXVII Encontro de Tocadores de Viola Campaniça e Cantadores de Despique e Baldão. Manifestações que outrora aconteciam de forma espontânea e que relembram memórias de uma feira castiça e autêntica.

O tradicional desfile de corais – “Planície a Cantar” - está agendado para as 16h00 de sábado (14 de outubro), e decorrerá da Rua D. Afonso I até à Praça da Liberdade. Aqui desfilam dez grupos corais numa homenagem ao cante e ao Alentejo. À noite, a partir das 21h30, a Cortiçol, em colaboração com a Câmara Municipal de Castro Verde, promove, no Fórum Municipal, o XXVII Encontro de Tocadores de Viola Campaniça e Cantadores de Despique e Baldão, dinamizando um dos traços culturais mais genuínos da história da Feira - o cante ao desafio.

No domingo, 15 de outubro, a sonoridade da campaniça regressa à Feira, a partir das 16h00, na Praça da Liberdade, com “Campaniça Trio”, um grupo de jovens tocadores que aposta na preservação e divulgação do mais emblemático legado musical da região - o cante Alentejano e a mestria do toque da Viola Campaniça - num espetáculo onde a tradição e a inovação se fundem

Informe-se de tudo o que vai acontecer e viva mais uma grande Feira de Castro.


segunda-feira, 9 de outubro de 2017

PREMIO NOBEL DA ECONOMIA 2017,VAI PARA RICHARD THALER

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Richard H. Thaler foi esta segunda-feira laureado com o Prémio do Banco da Suécia para as Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel, vulgarmente conhecido como Nobel da Economia, apesar de não ser atribuído pela Fundação Nobel. Thaler recebe esta distinção graças às suas “contribuições para a economia comportamental”.


“É um pioneiro em integrar psicologia e economia”, disse um dos membros do painel na apresentação do vencedor do prémio. Na base do trabalho deste investigador da Universidade de Chicago está a forma como o comportamento humano influencia a economia e os mercados, questionando a racionalidade dos agentes económicos.

Como foi explicado, uma das partes do trabalho debruça-se sobre como uma ação (stock) pode ser vista por um investidor como “uma conta”: se a ação ganhar valor, o investidor tende a vendê-la e a fechar essa conta. No entanto, o ser humano “tem aversão a perdas” e, por isso, se a ação perder valor, o investidor terá tendência em manter essa ação até, eventualmente, recuperar o seu valor… ou não.

O trabalho deste economista é descrito como tendo aberto o caminho para a chamada ciência da “economia comportamental”. “Tornou a economia mais humana”, disse um dos responsáveis. Em reação à atribuição do prémio, Richard H. Thaler foi questionado sobre qual a parte mais importante do seu trabalho. “A parte mais importante do meu trabalho, penso que tenha sido mostrar que os agentes económicos são humanos”, referiu.

Ler Mais Da neuroeconomia às recessões. Nobel da Economia vai para…

Thaler tem 72 anos e é autor de várias obras na área da economia comportamental. Leciona na Universidade de Chicago, mas também passou pela Universidade de Rochester and Cornel, entre outras. “Investiga as implicações de afastar a ideia padrão na economia de que toda a gente é racional e egoísta em detrimento da possibilidade de que alguns agentes económicos possam ser, por vezes, humanos”, lê-se num perfil publicado pela universidade.

O prémio começou a ser atribuído em 1968 e distingue personalidades na área da ciência económica. A contar com Thaler, este galardão já foi entregue a 79 individualidades, mas apenas uma era mulher: Elinor Ostrom recebeu o prémio Nobel da Economia em 2009, juntamente com Oliver Williamson, pelos seus trabalhos sobre “governação

domingo, 8 de outubro de 2017

GENTE NOSSA

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NOBEL DA LITERATURA 2017, KAZUO ISHIGURO

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ESTE ANO VAI PARA UM ESCRITOR
BRITÂNICO O NOBEL DA LITARATURA.



O Nobel da Literatura de 2017 foi atribuído ao escritor inglês Kazuo Ishiguro e aos seus "romances de grande força emocional, que revelam o abismo da nossa ilusória sensação de conforto em relação ao mundo", anunciou esta manhã em Estocolmo a secretária permanente da Academia Sueca Sara Danius.

Ishiguro é o celebrado autor de Os Despojos do Dia (1989), um romance onde são bem visíveis os seus temas de eleição, "a memória, o tempo e a auto-ilusão", como escreve a Academia Sueca na pequena biografia do autor disponível no site. Com ele venceu o Booker Prize; o livro viria a ser adaptado ao cinema em 1993 por James Ivory. Ishiguro escreveu também Os Inconsolados (1995, vencedor do Cheltenham Prize), Quando Éramos Órfãos (2000, nomeado para o Booker Prize e para o Whitbread Prize), Nunca me Deixes (2005, nomeado para o Booker Prize; adaptado ao cinema), Nocturnos (2009) e O Gigante Enterrado (2015), publicados em Portugal pela Gradiva. O seu primeiro romance, As Colinas de Nagasaki, foi traduzido em 1989 pela Relógio D'Água.