quarta-feira, 28 de junho de 2017

CRÓNICA DA CIMEIRA DO FRAGATEIRO DA TRAFARIA

.
FOI UMA TARDE DE QUALIDADE A QUE
PASSÁMOS ALI À BEIRA DO TEJO, NA
TRAFARIA COM A LISBOA AO DISPÔR
DAS NOSSAS VISTAS , A PARTIR DA
NOSSA CIMEIRA DESTA FEITA AO AR
LIVRE DUMA MAGNIFICA TARDE DE
VERÃO.




O RC continua vivo, as nossas Cimeiras já vão no seu 123ª.edição desde que ,em 2007, com os nossos companheiros a entrar às catadupas na reforma ,iniciámos os nossos encontros mensais.

Desta vez estiveram 24 dos nossos senadores à mesa, o que é o maior número registado nos últimos meses.e desta feita com alguns regressos muito saudados pelos presentes, como foi o caso do Vitor Candeias , do Chico Santos Costa,e do Fiúza.

Estiveram à mesa:
DINA,VITOR CANDEIAS,MARIA JOSÉ CANDEIAS,FIUZA,NOEMIA FIUZA,NORBERTO, FERNANDA SANTOS,VITOR SANTOS,CANELAS,ANTUNES,GRAÇA ESPANHA,RUI BRITO SOUSA, SUSY BRITO SOUSA,ALICE,ANABELA,CHICOS SANTOS COSTA,MRS SANTOS COSTA,ZÉ HERDEIRO,HELENA HERDEIRO,MANUELA BRITO E SILVA,MANUELA MASCARENHAS,LEONOR.DINA ROCHA.

Os nossos senadores chagaram à Trafaria de 2 formas:

.Os que vieram de Lisboa, fizeram o percurso Belem-Trafaria no tradicional "cacilheiro".



.Os que residem na Margem Sul, de carro, chegaram primeiro e receberam os lisboetas junto À Estação fluvial.


Desta vez, o Fragateiro reservou-nos as mesas na esplanada.

O dia estava primaveril, cheio de sol, o que adicionado à belíssima vista sobre o Tejo e da zona ribeirinha de Lisboa, ali mesmo frente aos nossos olhos.

Mais uma excelente produção do evento da autoria da nossa PM Dina, a quem devemos a continuidade sem quebras das nossas Cimeiras.

A boa disposição esteve presente desde a chegada, com a Graça ,a Dina e o Canelas a darem o mote.


e continou na mesa






As sardinhas assadas , pequenas e grandes foram prato único e chamariz para o bom número de presenças, e pelas opiniões escutadas , passaram com boa nota.

O Fiúza e a Noemia que há muito não estavam connosco, vieram de propósito de Torres Vedras, e estiveram muito participantes e integrados, com o doutor Passarinho, como lhe chamávamos, a rir com gosto ,ao ser confrontados com as memórias das suas intervenções no RC, como aquela em que ,logo no inicio da sua passagem pelo nosso 5º,andar do edicio 25, o então seu supervisor de serviço de turno, o Carlos Marques,questionou os presentes na sala:

-Quem é que enviou para o telex o voo de Luanda?
-Fui eu, reponderu o Fiúza.
-Mas isto está mal enviado, tem de se meter o record locator à frente do nome do passageiro, ralhou o Marques.
Pouco depois de novo o Marques levantando-se com brusquidão volou a perguntar:

-E quem enviou o TP230 de Bissau?
O Fiúza, levantou-se e respondeu:- Fui eu, mas já tinha enviado antes de saber que tinha de se meter o rec.loc.
Aí o chefe Marques, exaltado, ameaçou_
-Ah mas isto não fica assim, isto vai para cima..

O Fiúza, com a maior calma e desfaçatez do mundo, respondeu:
-Ah isso é que não vai.
O Marques muito vermelho, apontou para o Fiúza:
- O quê?,mas porque é que não vai?

O Fiúza, com aquele ar que se lhe conhece respondeu:
- Porque cá em baixo está o tiroliroliro, e lá m cima está o tiroliroló-----

A gargalhada foi geral, e até o Chefe Marques não aguentou sem rir.

E as estórias e as recordações foram fluindo, com o espirito do RC a renascer ali no Calçadão da Trafaria.


O Chico Santos Costa, mostrou bem a fibra que se lhe reconhece, pois apesar de estar a passar momentos menos bons, com problemas no olho ,calma, no olho de vêr, não o outro traseiro, o Chico, dizia eu, fez questão de estar presente e muito participativo.


O Vitor Candeias,que está mais elegante ,continua grande conversador, ao ver chegar o vapor que trazia de Lisboa os nossos companheiros vindos de Belem, recordou os seus tempos de estudante, quando apanhava todos os dias aquele barco par ir para as aulas no Passos Manuel.

O Canelas foi uma vez mais o que mais sardinhas comeu, fazendo jus à Comenda que já lhe foi atribuída , na nossa Cimeira do Palácio, e àquela performance que protagonizou em Bangkok quando ,sozinho, comeu um peixe tubarão inteiro, cozido no vapor à mesa de um restaurante , com o aplauso espantado de toda a sala, aquando da nossa viagem épica ao Oriente



Recordaram-se muito os nossos companheiros que nos têm vindo a deixar, como o mais recente , o nosso saudoso Farinho, ele que foi dos mais assíduos nas nossas Cimeiras.

Foi uma tarde muito prazeirosa ,numa Cimeira de grande ambiente, que decerto ficará na nossa memória.
A Manela Brito e Silva ,que teve de sair (com dispense) mais cedo, foi despedida com um adeus caloroso.


Para o mês que vem há mais, logo que se saiba onde , a Tranca e a Sala farão saber.

Até lá.

RECORDANDO A PARTIDA DO CHITAS CARREIRAS PARA A REFORMA

.
RECORDO AQUI O DIA EM QUE
O CHITAS CARREIRAS SAIU
DA TAP,, EM 2001.


Nessa época, a tranca publicou a despedida, do também conhecido por FREI XICO DO CABANEJO:


ATÉ JÁ FREI XICO DO CABANEJO
...
Já lá vão 16 anos que o CARREIRAS saíu da Linha de Africa.
Saíu em NovemBro de 2001, e nessa data, dedicámos-lhe um teXto, cuja cópia ainda hoje está afixada na parede da Secção. Nessa altura chamá-mo-lo Frei Xico do Cabanejo e publicamos aqui o texto integral:

FREI XICO DO CABANEJO VAI ABANDONAR O CONVENTO!!!

Vai deixar o nosso convivio, Frei Xico.
O Convento sem Frei Xico e sem Cabanejo, nunca mais será o mesmo.
Porque a Alma do Cabanejo, e do Convento, é Frei Xico.
Sem Xico, à noviça Tareijinha restará a saudade e o fumo, a posse de Bissau e restos do maldito code-share dos nartas de Maputo. Madre Tareija, numa de imperialismo, anexará terra dos Macondes, e terá um Império maior que a Raínha Ginga jamais sonhou, numa Angola sem portugas.O Cabanejo, esse, será confiado a Monsenhor Don Jorge da Sofia, pois atributos não lhe faltam, para dar movimento e uso, a esse grande invento, com o qual Frei Xico atrrecadou o "sesso d.oro" do VI International Sex Contest of Buraca.
Sem Frei Xico, nunca mais a Tasquinha será a mesma.
Sem ele, o arroz de polvo perderá o brilho e o gôsto.
Tinto sem Xico será zurrapa, virará água pé sem castanhas.
Frei Xico, ai de ti que não apareças. No Convento e na Tasquinha....

quinta-feira, 22 de junho de 2017

CIMEIRA DO FRAGATERO DA TRAFARIA

.
NESTE JUNHO O NOSSO ENCONTRO VAI TER
LUGAR NA TRAFARIA, ONDE SEMPRE FOMOS
FELIES, E VAI TER O NICK NAME DE
CIMEIRA DO FRAGATEIRO DA TRAFARIA.




Aí está a CONVOCATÓRIA da nossa PM DINA


"Cá estou eu a dar-vos notícias sobre o nosso ALMOÇO mensal.
Dado que chegou o calor iremos à TRAFARIA - Restaurante " O FRAGATEIRO " já bem conhecido de todos nós.

Iremos comer sardinhas assadas. Se alguém não quiser sardinhas escolherá na altura outro prato.

Digam-me , por favor, até segunda-feira às 16 horas se comparecem.


Horário do barco Belém - Trafaria. ..... 12h30
Horário do barco Trafaria - Belém....... 15h30.



Bjs. Dina "

quarta-feira, 21 de junho de 2017

em castro verde

HOJE. COMEMORA-SE A
APROVAÇÃO DE CASTRO
VERDE COMO RESERVA
MUNDIAL DA BIOSFERA.



A Câmara Municipal de Castro Verde, a Associação de Agricultores do Campo Branco e a Liga para a Proteção da Natureza promovem hoje, dia 21 de junho, uma Sessão Evocativa da Aprovação de Castro Verde como Reserva Mundial da Biosfera, que irá decorrer no miradouro, junto ao edifício dos Paços do Município, a partir das 19h30.

A iniciativa tem como objetivo comemorar a distinção atribuída pelo Conselho de Coordenação Internacional do Programa MaB (Man & the Biosphere), na passada quarta-feira, dia 14 de junho, na sede da UNESCO, em Paris, e contará com a presença de um conjunto representantes de diversas entidades locais, regionais e nacionais.

A população de Castro Verde é convidada a associar-se à Sessão e ao Convívio Comunitário, que contará com a participação musical do Coro Polifónico de Castro Verde, dos Grupos Corais “Os Ganhões” e “As Camponesas” de Castro Verde e Grupo Coral Juvenil de Castro Verde, do Grupo Moços d’Uma Cana, do Conservatório Regional do Baixo Alentejo – Secção de Castro Verde e do acordeonista Tiago Rodrigues.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

O RC FALIU , E TRANSFORMOU-SE EM SUPERMERCADO - TEXTO COLECTIVO

.
VAMOS VOLTAR A PUBLICAR UM TEXTO
COLECTIVO, SAÍDO DUM DOS NOSSOS
BEAINSTORMS E QUE SE TORNOU UMA
DAS HISTÓRICAS CRIAÇÕES,


O RC SUPERMERCADO.


Ainda antes do texto já publicado
"O RC ACABOU", foi produzido
este texto colectivo, elaborado
e saído numa TRANCA de 1976..
.


RC SUPERMERCADO
.
O RC faliu. Primeiro de facto,(há muito tempo que não servia para nada). depois por decreto do Quatragésimo Governo Constitucional.
Já não faz overbookings, vende bacalhau, já não controla voos, vende batatas. O Controle Central de Reservas já não é. É um simples supermercado, um super-museu de consumo.
Foi dura a transição, dramática a adaptação das élites. A antiga "Legião Estrangeira", a tropa de choque da TAP fez-se legião de empregados de balcão.
Mas houve surpresas. Aconteceram revelações, desabrocharam vocações. O RC era em potência uma feira-franca, já o sabíamos do tempo do Simas.Agora as águas turvas em que nadava o Canelas, já não são turvas, são claras. Desistiu da transferência pedida à mais de 25 anos, e ocupa agora, gloriosamente a chefia da secção dos negócios castanhos. Se já vestia bem, veste melhor. Guarda-roupa de duzentos fatinhos de chulo, todos iguais, trezentas gravatinhas de flores, espinha obsequiosamente dobrada, sorriso untuoso e semítico, pestana revirada,, barbariza dos clientes com a sua péssima água de Colónia, e as infâmias do costume.. O seu dinamismo Regisconta, o seu atletismo de mercador de panos. derrubam todas as resistências ao consumo.
O Marques ,que quiz apoderar-se de toda a instalação sonora e anexar, não só a cabine de som, mas os ouvidos de toda a cilentela, foi furiosamenteb repelido pela tripulação do Supermercado. Então, vìndicativamente alapou na recepção, e nem tanques, nem chaimites, nem buldozeres o arrancaram de lá. Feliz, perfeitamente realizado, atende a chusma com a sua agressiva amabilidade, emitindo sonoridades truculentas, slogans fatais, tais como"
.."É entrar senhores! No MEU supermecado tudo o que
não é vosso é MEU, os MEUS trabalhadores, os MEUS bacalhaus, os MEUS champôos, os MEUS fillet-mignoms, as MINHAS cebolas...podem tornar-se vossas. Os MEUS homens amestrados atendervo-âo".
Nos intervalos para descanso, atende uma montanha de telefones, ao mesmo tempo e uma montanha de telegramas, walkie-talkies,pombos correios, electrocardiogramas,, radiogramas,nínguém-o-gramas,sismogramas, mensagens de 3.ºgrau e explicaões no nosso Raminhos.

Junto à antiga carga, há agora um posto de socorros para clientes incautos e sem seguro.É que o Giovanni se não vende morde. Com raiva. Aquela raiva de anos, babosa e sanguinolenta contra os agentes, recauchutada agora contra as donas de casa, contra as sopeiras. Se não vende trucida. Ninguém entra num supermecado em vão.
-"Ou levas mercadoria, ou comes porrada, lá de mãos a abanar é não vais!!"
E abespinha-se, e enrubece ,espalhando sangue, morte e desolação. O Giovanni é a consciência do comércio monopolista.

O QDO/QEU , antigo baluarte da autocracia "Marquesista", "sala" de ociosos supervisores eternamente sentados à mesa, tricotando fófócas de poleiro, digerindo inomináveis e inqualificáveis literaturas policiais e eróticas, foi transformado em tasca. Os temíveis paredões de barroca e possante alvenaria, onde dantes ressoavam as vozes tonitroantes do tirano e o sibilar miúdo a guarnição, cederam à artilharia dos tachos e das colheres de pau.
O Raposo o Candeias e o Sampaio, cheios de nódoas de vinho e de gordura, mas eficazes e pressurosos, servem os cozinhados suculentos do Ricardo e do Espuma. Consta que um e outro, têm dificuldade de fazer chegar aos clientes o produto das suas artes. Entre o caldeirão e a mesa, a gula e a fussanguice dos empregados pela "prova", é tal ,que não raro é, ser servido osso por chicha, e espinha por carapau. E como se isso não chegasse, um gato lambareiro - o gato Patrício - ronda permanentemente, mas em vão, os tachos e panelas. No entanto, é tal a sua pertinácia, que por vezes os empregados o deixam escorripichar os copos vazios, ou roubar uma ou outra espinha do prato.
Da ementa criteriosamente escolhida - ali não há prima para engrossar molhos, nem lesmas na salada -fazem parte pitéus como --"bloody noshow" - um sangrento tornedó de boi, "One man show" - um prato com paladar um tanto agressivo, para gente susceptível e de compleição débil, mas que, como o nome indica. é mais parra que uva.
"Black Power on the phone" - é um requintadìssimo cocktail de nafta, servido numa taça perfumada de "Aramis", com um auscultador telefónico empoleirado nas bordas. Curioso, e quanto a nós delicioso detalhe, é o facto deste cocktail ser servido pelo bisneto da Rainha Ginga, que dá pelo nome de Zuza, "o homem da savana", filho da puta para aquelas que tiveram a desdita de o amar.
O Sex-chop instalado no antigo QCS (Grupos), é dirigido com devoção e proselitismo pelo Rui de Sousa e pela Dina.
Está apetrechado com os mais sofisticados recursos químicos e mecânicos, quer para casos de imaginação depravada, quer de simples necessidade de ajuda "na hora certa".
Há sprays para tudo, desde himens resistentes, a caîmbras nos tornozelos, passando por um spray especial, muito usado pelos empregados do supermercado, contra ataques verbosos do exterior perpetrados cabotinamente a "altas vozes" acima dos 700 decíbeis.Neste sector as consultas processam-se com descrição e segundo os métodos mais modernos. Partindo do "homem-ideal- na -cama", os peritos determinam a categoria sexual do paciente. O modelo - o senhor Mesquita - , "em permanente fase de apoteose sexual", numa "casinha" oculta por espesso reposteiro. funciona a pedido ou por simples pressão exercida sobre um botão de plástico ligado a um gerador de impulsos eróticos.

O Filipe como praticante de artes marginalizadas, tem nas proximidades a sua boutique de vidente; um minúsculo estaminé de tabopan, forrado de chitas de Alcobaça, cujo mobiliário se resume a uma mesa de pé de galo e uma tripeça de nogueira carunchosa.. Aí, atende ele os descrentes, os deserdados e suoersticiosos, os desapaixonados e desiludidos, ou simples curiosos gozões, que lhe vertem no bolso do casacão sebento, copiosas quantias, em nome da estupidez, do obscurantismo do pirosismo neo-astrológico. O seu grande sonho é poder apoderar-se da TRANCA- o célebre golpe- de- tranca há tanto esperado -para a transformar em separata das "Trovas do Bandarra".
Na farmácia , pontificam a Irene e o Correia. Têm de tudo, mas a secção priviligiada é a dos calmentes..Note-se , todavia a Irene foi recusada pela gerência da tasca (eles lá tinham as suas razões). A explicação oficial foi no entanto a, da "desmesurada" concorrência que faria ao gato Patricio, no campo da gulodice, claro.
O Correia debate-se entre toneladas de ervas aromáticas e medicinais, e nos intervalos da sua permanente intoxicação e cansaço, dá conselhos macrobióticos e vegetarianos, devassa psicanalìticamente as almas mais fracas que lhe caiem nas mãos. Neste momento , conta no seu curriculum com dez suicidios aconselhados, segundo o lema: "Pague agora e suicide-se depois".
A sala de jogo é o Império do Bètinho.Aí ele faz de croupier, jogador, apanha-bolas e mulher de limpezas. Joga ping-pong, king-kong, carrôme, sueca, canasta e burro.
Mas joga mal. Todos gostam de jogar com o Bètinho, porque o Bètinho não sabe ganhar. A clientela adora o Bètinho. O Bètinho perde sempre. Viva o Bètinho .
A sala de leitura é o local onde o Amaro lê ao mesmo tempo todos os jornais do mundo.passados,presentes e futuros. Por um pequeno óbulo é possível o cliente obter da boca Amaro todas as notícias e infos relativos a assuntos específicos, quer se trate do escândalo Fouquet, no reinado de Luis XIV, do affaire Dreiffus, dos últimos avanços das tropas americanas em Marte. da eleição do Papa João quarenta e três, ou da instauração da ditadura do proletariado nos EUA.
Na secção infantil, há um labirinto para crianças até aos 3 anos, onde o Raminhos, inicialmente indigitado como guia, se perdeu com seis clientes , vai para um mês. Nunca mais ninguém soube deles.
Mesmo ao lado na secção de Assistência Social e Apoio Moral Polivalente (ASAMP), a Silvia desdobra-se em suores e gargalhadinhas miúdas, desenvolvendo uma super-actividade de apoio a retornados e emigrantes. A secção dispõe de uma modernìssima central telefónica de 28 linhas, 14 das quais ligadas permanentemente ao Maputo. As outras ao Poder Internacional, à Casa Branca e ao Kremlin, à redacção do Readers Digest," Revista Modas e Bordados", à Vera Lagoa, ao Jornal Diabo,e à Cia (que salvo erro , está na Beira).
O Rochinha exultante, agita-se num pandemónio de sucata, pomposamente designada por "ROCKY.S MODERN BAZAR", nervosamente limpando os suores da careca, e exibindo a sua, enfim, aparatosa aparelhagem toráxica (só toráxica), saltita ,entre selos. moedas, aquários, fios electricos,compêndios de matemática em 2.ª.mão, chás, cursos inacabados,, peixes, vitaminas, pacotes de argila, chinós, bull-workers, motos em segunda mão,, manuais políticos, posters, televisores estragados pelo próprio, hélices de avião, vestígios arqueológicos, cartões de militante de todos os partidos políticos, confetti, cascas de berbigão, etc, etc.
Junto do antigo QCM, somos atraídos por um gigantesco anúncio luminoso ; "CANTO DO VIGÁRIO", onde o Vieira, o Simas e o Sá, vendem febrilmente cautelas com defeito, licenças de construção,matrizes de totoloto do Burundi, servidões de passagem pela pista do aeroporto, marcações de entrevistas com inspectores da NASA,
Já venderam o Rossio a um casal de americanos do Massachuchas e o leão do Marquez a um grupo de japonenses em transito, e os cisnes do Rossio a um empreiteiro de Moimenta da Beira, .
A Natália é a voz -off. Aos micrifones da cabine de som, ela difunde as suas intimidades em tom de Florbela Espanca.
Ao Sereno , que chegou tarde de uma viagem ao Rio, deu-se um simples tabuleiro e uma mala de cartão com produtos para a caspa. Instalou-se ao pé do "ponto", e aí, exerce o seu mster, de pôr caspa a quem não a tem, e a vender cursos de marinheiro a quem não está interessado.
O Duarte grita na peixaria, entre caixotes de carapau:
-"Comprem suas ordinárias, que o peixe é fresco." Ich in der fuhrer der fishrei,e quem compra ao Fuhrer, empresta a Deus."
No antigo gabinete de chefes de divisão, funcionam agora os lavabos, porque havia sol, e não cheirava a suor.. O antigo ocupante , despojado de prerrogativas e estaminé, vagueia pelos corredores de tabuleiro pendurado ao pescoço, vendendo recuerdos, do antigo RC: PNRS com passageiros em terra, , voos cancelados à última hora, dead file, hanbacks por actuar, seis fichas (por estrear) para a casa de banho , e outras broncas. Consta que ficou na miséria, mas continua a passar férias nas Bahamas.
O Augusto e o Mendonça, destacados para a retrozaria, desapareceram logo no primeiro dia. Investigações posteriores provaram que foram ambos vendidos numa caixa de agulhas,.
O Marcelino através de nepotismos e outras habilidades, adquiriu boutique de beleza. a que chamou :"MARCELINO PELUQUERO E PERUCAS".
Passa o dia ao espelho, de cabelo postiço, em autocontemplação,frisando a grenha, esticando as peles, experimentando chinós.
O Catarino, esse, não quiz boutique, quiz cave, quiz caverna. Ataviou-se de bruxa, arrancou dentes, pôs avental e lenço na cabeça, muniu-se de sais, pós e poções, e desceu aos infernos do edifício. Muito em segredo, no meio de um décor dantesco, sufocado de fumos e tosses, demoníaco, solta gargalhadas e compões venenos.. Cá em cima, o Henriques, cheio de problemas de consciência ,mas mortífero no ataque às vítimas , vende-os por perfumes.
Ao Branco e ao Vaz, deu-se uma dispensa e uma cadeira , onde se sentam à vez, olham o infinito, caçam moscas e coçam o saco. Ninguém sabe para que servem.
Ao lado, o Cabral tem o seu gabinete de presidente do Comité do mau ambiente. Traz ao ombro o Carvalho da Carga vestido de papagaio.
-"Velho, velho, velho" -grita este em falsete, enquanto lhe debica a cêra dos ouvidos.
E finalmente, à porta do Supermecado, há 3 pobrezinhos esfarrapadìssimos:
O Caramelo, o Cascada e a Gertrudes Tomaz.
A Gertrudes apragoa citações:
-"Olhe, quer comprar as citações do meu husband?", "Traz prefácio do Castrim"
O Cascada, pelado e treslocado, leiloa memórias
-"I.m selling my memories", e espalha papéis ao vento , babando-se
Três mil e quinhentos volumes i"n fólio", em letra miudinha.
O Caramelo, finalmente, como lhe foi recusado o capricho de construir um minarete só para ele, foi para a porta com um manual de economia política debaixo do braço, pedir dividendos à caridade pública.
E com a toada lenta, monótona de muezin, vai-se lamentando que "ninguém o quer", que "é mais antigo que o filho da Dina, e o neto do Cabral" e que eles tiveram boutique e ele não.....!!!

sexta-feira, 9 de junho de 2017

terça-feira, 6 de junho de 2017

TRANSCRIÇÃO DUM TEXTO A MEDITAR

.
É UM TEXTO PERTURBANTE ,COM
CONTEUDO A MEDITAR QUE TRAN-
CREVO


Terrorismo na Grã-Bretanha: O que é que a primeira-ministra sabia?


por John Pilger

O indizível na campanha eleitoral britânica é isto. As causas da atrocidade de Manchester – na qual 22 pessoas, jovens na maior parte, foram assassinadas por um jihadista – estão a ser omitidas a fim de proteger segredos da política externa britânica.

Questões críticas – tais como porque o serviço de segurança MI5 manteve “activos” terroristas em Manchester e porque o governo não advertiu o público da ameaça em seu meio – permanecem sem resposta, desviadas pela promessa de uma “revisão” interna.

O alegado bombista suicida, Salman Abedi, fazia parte de um grupo extremista, o Libyan Islamic Fighting Group (LIFG), que prosperou em Manchester e foi cultivado e utilizado pelo MI5 durante mais de 20 anos.

O LIFG está proscrito na Grã-Bretanha como uma organização terrorista que pretende um “estado islâmico linha dura” na Líbia e “faz parte de um movimento extremista global mais vasto, inspirado pela al Qaida”.

Há uma “arma fumegante”: quando Theresa May foi secretária do Interior permitiu aos jihadistas da LIFG viajarem desembaraçadamente por toda a Europa e foram encorajados a empenharem-se na “batalha”: primeiro para remover Muammar Kadafi da Líbia, a seguir para juntarem-se a grupos filiados à al Qaida na Síria.

No ano passado, o FBI confirmadamente colocou Abedi numa “lista de terroristas a observar” e advertiu o MI5 de que o seu grupo estava à procura de um “alvo político” na Grã-Bretanha. Por que não foi ele detido e a rede em torno dele impedida de planear e executar a atrocidade de 22 de Maio?

Estas questões levantam-se por causa de uma fuga do FBI que demoliu a interpretação do “lobo solitário” apresentada após o ataque de 22 de Maio – daí o pânico e o ultraje não característico de Londres em relação a Washington e as desculpas de Donald Trump.

A atrocidade de Manchester põe em causa a política externa britânica ao revelar a sua aliança faustiana com o Islão extremista, especialmente a seita conhecida como Waabismo ou Salafismo, cujo principal guardião e banqueiro é o reino petrolífero da Arábia Saudita, o maior cliente de armas da Grã-Bretanha.

Este casamento imperial remonta à Segunda Guerra Mundial e aos primeiros dia da Fraternidade Muçulmana no Egipto. O objectivo da política britânica era travar o pan-arabismo. Estados árabes desenvolviam então um laicismo moderno, afirmando sua independência em relação ao ocidente imperial e controlando seus recursos. A criação de um Israel voraz destinava-se a apressar isto. O pan-arabismo foi então esmagado, o objectivo agora é a divisão e conquista.

Em 2011, segundo o Middle East Eye , o LIFG em Manchester era conhecido como os “rapazes de Manchester”. Implacavelmente opostos a Muammar Kadafi, eles eram considerados de alto risco e um certo número deles estava sob control orders [1] do Ministério do Interior – prisão domiciliar – quando estalaram as manifestações anti-Kadafi na Líbia, um país forjado a partir de uma miríade de inimizades tribais.

Subitamente as control orders foram levantadas. “Permitiram-me ir, sem fazerem perguntas”, disse um membro da LIFG. O MI5 devolveu seus passaportes e a polícia anti-terrorismo no aeroporto de Heathrow foi instruíd para que os deixassem embarcar nos seus voos.

O derrube de Kadafi, que controlava as maiores reservas de petróleo da África, fora planeado há muito em Washington e Londres. Segundo a inteligência francesa, o LIFG fez várias tentativas de assassinato de Kadafi na década de 1990 – financiadas pela inteligência britânica. Em Março de 2011, a França, Grã-Bretanha e EUA agarraram a oportunidade de uma “intervenção humanitária” e atacaram a Líbia. Eles foram acompanhados pela NATO sob a cobertura de uma resolução da ONU para “proteger civis”.

Em Setembro último, um inquérito do Comité Especial de Negócios Estrangeiros da Câmara dos Comuns concluiu que o então primeiro-ministro David Cameron havia levado o país à guerra contra Kadafi com base numa série de “suposições erróneas” e que o ataque “levara à ascensão do Estado Islâmico na África do Norte”. O comité da Câmara dos Comuns citou a chamada descrição “concisa” de Barack Obama quanto ao papel de Cameron na Líbia: um “espectáculo de merda” (“shit show”).

De facto, Obama foi um actor principal no “espectáculo de merda”, pressionado pela sua belicista secretária de Estado Hillary Clinton e pelos media que acusavam Kadafi de planear “genocídio” contra o seu próprio povo. “Sabemos… que se esperarmos mais um dia”, disse Obama, “Bengazi, uma cidade da dimensão de Charlotte, poderia sofrer um massacre que teria repercutido por toda a região e manchado a consciência do mundo”.

A estória do massacre foi fabricada pelas milícias salafistas que se defrontavam com a derrota diante das forças do governo líbio. Eles disseram à Reuters que seria “um banho de sangue real, um massacre como o que vimos em Ruanda”. O comité da Câmara dos Comuns relatou: “A proposta de que Muammar Kadafi teria ordenado o massacre de civis em Bengazi não era confirmada pelas evidências disponíveis”.

A Grã-Bretanha, a França e os Estados Unidos efectivamente destruíram a Líbia como um estado moderno. Segundo os seus próprios registos, a NATO lançou 9.700 “incursões de bombardeamento”, das quais mais de um terço atingiram alvos civis. Eles incluíram bombas de fragmentação e mísseis com ogivas de urânio [empobrecido]. As cidades de Misurata e Sirte sofreram bombardeamento em tapete. A UNICEF, a organização das Nações Unidas para a Infância, informou que uma alta proporção das crianças mortas “tinham menos de dez anos de idade”.

Mais do que “provocar a ascensão” do Estado Islâmico – o ISIS já havia fincado raízes nas ruínas do Iraque após a invasão de Blair e Bush em 2003 – estes supremos medievalistas agora tinham todo o Norte da África como base. O ataque também desencadeou uma debandada de refugiados a fugirem para a Europa.

Cameron foi celebrado em Tripoli como um “libertador”, ou imaginou que era. As multidões a aplaudirem-no incluíam aqueles SAS abastecidos e treinados pela Grã-Bretanha e inspirados pelo Estado Islâmico, tais como os “rapazes de Manchester”.

Para os americanos e britânicos, o verdadeiro crime de Kadafi era a sua independência iconoclasta e o seu plano de abandonar o petrodólar, um pilar do poder imperial americano. Ele audaciosamente havia planeado financiar uma divisa comum africana apoiada pelo ouro, estabelecer um banco para toda a África e promover uma união económica entre países pobres com recursos valiosos. Quer isto pudesse ou não acontecer, a própria ideia era intolerável para os EUA quando se preparavam para “entrar” na África e subornar governos africanos com “parcerias” militares.

O ditador caído escapava. Um avião da Royal Air Force localizou seu comboio e nas ruínas de Sirte ele foi sodomizado com uma faca por um fanático descrito nos noticiários como “um rebelde”.

Tendo saqueado o arsenal de US$30 mil milhões da Líbia, os “rebeldes” avançaram para o Sul, aterrorizando cidades e aldeias. Ao atravessarem o Mali sub-saariano, destruíram a frágil estabilidade daquele país. Os sempre-ansiosos franceses enviaram aviões e tropas à sua antiga colónia “para combater a al Qaida”, ou a ameaça que haviam ajudado a criar.

Em 14 de Outubro de 2011, o presidente Obama anunciou que estava a enviar tropas de forças especiais para o Uganda para ingressar na guerra civil dali. Nos meses seguintes, tropas de combate dos EUA foram enviadas para o Sul do Sudão, Congo e República Centro-Africana. Com a Líbia garantida, uma invasão americana do continente africano estava em curso, amplamente não noticiada.

Em Londres, uma das maiores feiras de armas do mundo foi encenada pelo governo britânico. O burburinho nos stands era o “efeito demonstração na Líbia”. A Câmara de Comércio e Indústria de Londres efectuou uma apresentação prévia intitulada “Médio Oriente: Um vasto mercado para companhias de defesa e segurança do Reino Unido”. O hospedeiro era o Royal Bank of Scotland, um grande investidor em bombas de fragmentação (cluster), as quais foram utilizadas extensamente contra alvos civis na Líbia. A publicidade das armas feitas pelo banco louvava as “oportunidades sem precedentes para companhias de defesa e segurança do Reino Unido”.

No mês passado, a primeira-ministra Theresa May esteve na Arábia Saudita, a vender mais de £3 mil milhões [€3,4 mil milhões] de armas britânicas que os sauditas têm utilizando contra o Iémen. Baseados em salas de controle em Riad, conselheiros militares britânicos assistem os sauditas nos raids de bombardeamento, os quais mataram mais de 10 mil civis. Há agora sinais claros de fome ali. Uma criança iemenita morre a cada 10 minutos de doenças evitáveis, afirma a UNICEF.

A atrocidade de 22 de Maio em Manchester foi o produto deste estado de violência implacável em lugares distantes, muitos deles com patrocínio britânico. As vidas e os nomes das vítimas quase nunca são por nós conhecidos.

Esta verdade custa a ser ouvida, assim como custa a ser ouvida quando o Metro de Londres foi bombardeado em 7 de Julho de 2005. Ocasionalmente, um membro do público rompe o silêncio, tal como o londrino do Leste que se postou frente à câmara e ao repórter da CNN e disse: “Iraque! Nós invadimos o Iraque. O que esperávamos nós? Vão em frente”.

Numa grande assembleia dos media a que compareci, muitos dos importantes hóspedes diziam “Iraque” e “Blair” como uma espécie de catarse do que não ousavam dizer profissionalmente e publicamente.

Contudo, antes de invadir o Iraque, Blair foi advertido pelo Joint Intelligence Commitee de que “a ameaça da al Qaida aumentará desde o princípio de qualquer acção militar contra o Iraque… A ameaça mundial de outros grupos e indivíduos terroristas islâmicos aumentará significativamente”.

Assim como Blair trouxe para a Grã-Bretanha a sua violência e o banho de sangue de George W Bush, também David Cameron apoiado por Theresa May agravou o seu crime na Líbia e a suas horrendas consequências, incluindo aqueles mortos e estropiados na Manchester Arena em 22 de Maio.

Não surpreendentemente, as consequências retornam. Salman Abedi actuou sozinho. Ele era um pequeno criminoso, não mais do que isso. Desvaneceu-se a rede extensa revelada na semana passada pela fuga americana. Mas as perguntas não.

Como é que Abedi foi capaz de viajar livremente através da Europa até a Líbia e voltar a Manchester só poucos dias antes de cometer seu crime terrível? Foi Theresa May informada pelo MI5 que o FBI o havia rastreado como fazendo parte de um planeamento de célula islâmica para atacar um “alvo político” na Grã-Bretanha?

Na actual campanha eleitoral, o líder trabalhista Jeremy Corbyn fez uma referência cautelosa a uma “guerra ao terror que fracassou”. Como ele sabe, isto nunca foi uma guerra ao terror mas sim uma guerra de conquista e subjugação. Palestina, Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria. Dizem que o Irão será a seguir. Antes disso haverá uma outra Manchester, quem terá a coragem de dizer isso?

31/Maio/2017

[1] Control order: é uma ordem dada pela Secretaria do Interior do Reino Unido para restringir uma liberdade individual com o objectivo de “proteger membros do público de um risco de terrorismo. Sua definição e poderes foram estabelecidos pelo Parlamento no Prevention of Terrorism Act 2005.

O original encontra-se em johnpilger.com/articles/terror-in-britain-what-did-the-prime-minister-know

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .