quarta-feira, 6 de abril de 2016

HISTÓRIA CRUA - O MOSTRENGO

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ENTREVISTA AO MOSTRENGO


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A TRANCA aproveitou a deslocação ao Algarve, como já foi noticiado pelo investigador da História-Crua, o Professor Doutor Ricardo von Groups, agora Protector de Oeiras, Paço de Arcos, Cruz Quebrada, e outros núcleos da Pólis do Isaltino, espalhados pelo mundo (lembrar taxis de Genebra) e entrevistou o vilão dos Lusíadas.



O Mostrengo é um dos protagonistas do tal livrinho compulsivamente garatujado pelo Luis de Camões, e que nos coloca a todos , bastas perplexidades.
Desde logo, porque tal como o Tio Patinhas, o Noddy, o Dragão das Antas, o Super Homem, o Batman, o Zorro,o Mikey Mouse, o Sacy Pêrêrê, o monstro de Loch Ness, as santinhas de Lourdes, a nedgra de Shostakowich, a da Cova da Iria, a da Ladeira, ou não existe, ou há fortes possibilidadees da sua não-existência.

"O Mostrengo que está no fim do mundo
em noite de breu ergueu-se a voar
à roda da Nau voou três vezes
e depois de voar três vezes, berrou e disse:
...."vão-se embora melgas, voltem para a vossa insignificância geográfica"

A Nau, na expressão de Luis de Camões, saíu de Sagres e rodeou o Cabo das Tormentas-

Em Vila do Bispo , soube por um pescador pré reformado, que conhecia um tal Paulo-não-sei-das-quantas, prostituto na ponta de Sagres, a quem chamavam de Vanda, que conhecia pessoalmente um herdeiro legitimário do Mostrengo, que vivia "de contar a História" do seu penta-trisavô, o Mostrengo original, e que por algumas patacas, nos levava de chata até ele.
Desconfiámos, mas todos sabem como vibra o bichinho da curiosidade dum jornalista perante a possibilidade de facturar uma "caixa" deste quilate.

E foi assim que a Vanda nos levou até à Ilha do Segredo, e à presença do descendente, embora longíquo, do Mostrengo

Apareceu-nos impecável, cheiroso, tostado de muitas praias, óculos escuros escarchados na cabeça, brinco espalhafatoso pendurado na enorme orelha (não tem a outra) e uma tatuagem a côres do Mantorras com a Dinamene ao cólo, impressa no bícipede do lado direito.
Sorriso trocista, bamboleante no andar, palito na beiçóla, foi dizendo:
- Você é que é o jornalista?
Acenámos que sim, e fomos adiantando que estávamos ali por via da verdade histórica.
-Mas, estranhou a fera, a TRANCA não é um jornal desportivo?
A decepção foi notória
- Ah, pensava que me vinham entrevistar sobre os meus dotes de jogar à bola, eu sou como o Mantorras, marco muitos golos, e gostava de jogar ao lado dele no Benfica.

Insistimos que o tema era o seu longíquo ancestral, o Mostrengo, e questioná-mo-lo sobre a veracidade das maldades que terá feito contra as Naus portuguesas.

-O meu familiar lutou sim contra o imperialismo dos portugueses e seus lacaios, exaltou-se o Mostrengo actual.

A TRANCA quiz saber se ele havia pertencido naquela época a alguma organização política.

-Sim, o meu tetra era líder da EPA - Especiarias Prós Arabes e que lutava para evitar que os piratas portugas chegassem ao Indico para roubar as especiarias, e lançassem no desemprego milhares de comerciantes e marinheiros arabetas, ao destruir as rotas comerciais de Mombaça ao Malabar, a Malaca e à China.

-Mas com que meios, fazia terrorismo?, perguntou a TRANCA

-Ouça lá, ó projecto de jornalista de meia tijela, então o que é que vocemessê fazia, exaltou-se o Mostrengo, se por exemplo fosse industrial de sexo, tivesse umas garinas a atacar ali prós lados do Intendente, que eram o seu sustento, e se de repente soubesse que vinham aí uns proxenetas de Leste com umas matulonas e lhe roubassem o negócio e o ganha-pão?

A TRANCA provocou:

-Mas oh Mostrengo tetra bisneto, o senhor desculpe, mas diz-se que nunca existiu nenhum Mostrengo, e que a figura dos Lusíadas, foi uma invenção do Luis de Camões.

Aí o Mostrengo enervou-se de vez:

-Agora você está a ofender-me, então um gajo natural de um país que acredita nos Pastorinhos, que teve o Salazar 48 anos a destruir a economia do país e a mandar malta prá prisa, que passa os serões com o cornos espetados na TVI a mamar os Morangos, que atura o Portas, que adora o Pinto da Costa e os seus apitos, que tolera as patetices birrentas e bisonhas do Jardim sem o internarem , as roubalheiras do Vale e Azevedo, para quem "um escudos era um escudos, e milhares deles deram para um barco", ainda tem o topete deduvidar da existência do meu antepassado Mostrengo?

Ainda tentámos argumentar, mas:

-Vá-se catar seu jornalista de ópera bufa, e olhe lá, dê cumprimentos meus ao
Mantorras, ele sim o único em que acredito, concluiu o Mostrengo, dando-me as costas

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