quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

GIBRALTAR E O BREXIT

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GIBRALTAR TEM SIDO E É UMA QUSTÃO
DIFICIL PARA A ESPANHA E PARA A
UNIÃO EUROPEIA.


.....................“Gibraltar é a fábrica, é uma grande fábrica para esta zona, há 7 mil famílias espanholas, apenas espanholas, que se alimentam graças a Gibraltar. O principal medo dos trabalhadores é a desvalorização da libra e o controlo exaustivo da fronteira por não pertencer à Europa”, diz Jesús Moya trabalhador em Gibraltar.


O Brexit pode afetar aproximadamente 12 mil trabalhadores que atravessam a fronteira de Gibraltar diariamente, mais de 50% são espanhóis. As filas para passar as barreiras demoram várias horas quando a tensão entre os dois territórios aumenta. Dos 30 mil cidadãos de Gibraltar, 96% recusaram a saída do Reino Unido da União Europeia – e podem vir a enfrentar um problema. No segundo território com menos desemprego no mundo (o primeiro é Qatar), abaixo dos 1%, a força de trabalho vinda do outro lado da fronteira é essencial.

“Vai ser um potencial problema. Se não conseguirmos fazer passar as nossas mercadoria através da fronteira, vamos ter de encontrar outra forma. O maior problema é o do trabalho. Gibraltar, como está agora, depende da mão de obra espanhola ou, pelo menos, de pessoas conhecidas como trabalhadores fronteiriços, que vivem em Espanha, mas trabalham em Gibraltar. É difícil imaginar a economia atual sem os espanhóis"


Localização


Capital Gibraltar
Língua oficial Inglês
Outras línguas Castelhano e llanito
Governo Território Britânico Ultramarino
- Monarca Isabel II
- Governador Edward Davis
- Ministro-chefe Fabian Picardo
- Presidente do Parlamento Adolfo J. Canepa
- Prefeito de Gibraltar John Gonçalves
História
- Captura 4 de agosto de 1704
- Transferência de Soberania 11 de abril de 1713
- Dia Nacional 10 de setembro
- Dia da Constituição 29 de janeiro
Entrada na UE 1 de Janeiro de 19731
Área
- Total 6.8 km²
- Água (%) 0
Fronteira Espanha
População
- Estimativa para 2015 32 194 hab. (209.º)
- Urbana (n/a.º)
- Densidade 4328 hab./km² (3.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2010
- Total US$ £914 milhões
- Per capita US$ £27468
Moeda Libra de Gibraltar (GIP)
Fuso horário UTC+1 (UTC+1)
- Verão (DST) UTC+2 (UTC+2)
Cód. Internet .gi
Cód. telef. +350
Website governamental gibraltar.gov.gi



Como Território Especial do Reino Unido.
Gibraltar é um território ultramarino britânico localizado no extremo sul da Península Ibérica. Corresponde a uma pequena península, com uma estreita fronteira terrestre a norte, é limitado, dos outros lados, pelo Mar Mediterrâneo, Estreito de Gibraltar e Baía de Gibraltar, já no Atlântico. A Espanha mantém a reivindicação sobre o Rochedo, o que é totalmente rejeitado pela população gibraltina.

O nome Gibraltar origina-se na expressão árabe jabal al-Tariq (ﺨﺒﻝﻄﺭﻕ) que significa "montanha de Tárique". A montanha, um promontório militarmente estratégico na entrada do mar Mediterrâneo, guarnece o estreito oceânico que separa a África do continente europeu. O nome é uma homenagem ao general berbere Tárique que no ano de 711 d.C. aí desembarcou, iniciando a conquista do reino visigótico.[

Antes foi chamado pelos fenícios de Calpe, uma das Colunas de Hércules.[4] Popularmente, Gibraltar é chamada de "Gib" ou "The Rock" (o Rochedo).


História


A região de Gibraltar tem seus primeiros sinais de ocupação humana datados entre 128 mil e 34 mil anos antes de Cristo, inclusive com a presença dos extintos homens neandertais. Ao longo da História, outros povos habitaram o local: cartagineses, romanos, vândalos, muçulmanos e espanhóis. Em 1462, os espanhóis (de religião católica) expulsaram os muçulmanos num episódio de reconquista territorial. Atualmente, o brasão e a bandeira evocam o antigo reino de Castela.[5]

Uma força anglo-neerlandesa liderada por Sir George Rooke apoderou-se de Gibraltar em 1704. O território foi cedido à Grã-Bretanha pela Espanha no Tratado de Utrecht em 1713, como parte do pagamento da Guerra da Sucessão Espanhola. Nesse tratado, Espanha cedeu à Inglaterra "… a total propriedade da cidade e castelo de Gibraltar, junto com o porto, fortificações e fortes (…) para sempre, sem qualquer exceção ou impedimento."

Apesar de tudo, o tratado de cessão estipula que nenhum comércio por terra entre Gibraltar e a Espanha deve ocorrer, exceto para provisões em caso de emergência se Gibraltar não conseguir ser abastecida por mar. Uma condição especial nesse tratado é que "nenhuma permissão deve ser dada sob qualquer pretexto, tanto a judeus quanto a mouros, para morarem ou terem residência na dita cidade de Gibraltar". Ambas restrições foram rapidamente ignoradas, sendo que por muitos anos tanto judeus quanto árabes moraram pacificamente em Gibraltar, e em 1882 foi criada a Câmara de Comércio de Gibraltar. O final do artigo X do Tratado indica que se à Coroa britânica "lhe parecer conveniente dar, vender ou dispor, de qualquer modo, a propriedade da dita Cidade de Gibraltar, foi acordado e concordado por este Tratado, que se dará a Coroa de Espanha a primeira ação antes que outros para a redimir.

Em junho de 1779 as forças combinadas de Espanha e França montaram um cerco a Gibraltar após a assinatura do terceiro Pacto de Família com o fim de contrariarem a suposta superioridade britânica, enfraquecer o seu poderio no Mediterrâneo, e reconquistar Minorca. Sob o comando do general George Eliott estavam cinco mil soldados que se opuseram ao cerco formado por terra e mar. Este foi levantado apenas a 7 de fevereiro de 1783, sem que tivessem as forças franco-espanholas tomado Gibraltar, o que foi tomado no Reino Unido como uma grande vitória militar. Eliott foi tornado cavaleiro e agraciado com o novíssimo título de Barão Heathfield de Gibraltar.

Durante a ditadura fascista de Francisco Franco, apesar de terem sido levadas a cabo negociações com o Alemanha Nazi para uma possível invasão, as fronteiras do "rochedo" mantiveram-se encerradas, e durante a Segunda Guerra Mundial albergaram as tropas da Força H da Marinha Real Britânica, bem como o quartel-general do General Dwight D. Eisenhower.[

No início dos anos 60 do séc. XX, o governo espanhol levantou a "questão de Gibraltar" perante a Comissão de Descolonização das Nações Unidas e a Assembleia Geral aprovou as resoluções 2231, de 1966 e 2353, de 1967, que pediam o início das conversações entre Espanha e Reino Unido para por fim a situação colonial de Gibraltar, salvaguardando os interesses do povo de Gibraltar. Em resposta a estas resoluções, as autoridades de Gibraltar apelaram o direito à autodeterminação e o Reino Unido organizou um referendo em 1967 para os gibraltinos, em que 99,64% dos eleitores manifestaram a sua vontade de permanecer sob soberania britânica, o que também foi interpretado adicionalmente como uma rejeição ao regime franquista.

A abertura da fronteira e o intercâmbio de bens voltou a ser possível em dezembro de 1982. Mais recentemente, num segundo referendo que ocorreu em novembro de 2002, 99% dos votantes rejeitaram qualquer proposta de partilha de soberania entre o Reino Unido e Espanha. No entanto, os gibraltinos têm procurado um status mais avançado e um relacionamento com o Reino Unido que reflita o presente nível de autogoverno. Uma nova constituição para o território foi aprovada por uma maioria de 60% em 2006.

Em julho de 2009 o ministro dos Negócios Estrangeiros de Madrid, Miguel Ángel Moratinos (PSOE), fez uma visita histórica a Gibraltar, pela primeira vez em 300 anos um ministro espanhol visitou o "rochedo", e levou a cabo negociações sobre diversas matérias, não deixando, contudo, de reclamar a soberania de Espanha, apesar das ruas estarem engalanadas pelos moradores com bandeiras britânicas e gibraltinas.

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