sexta-feira, 23 de julho de 2021

POESIA POLIGLOTA.

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De autor popular do

nordeste breaileiro.

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POESIA POLIGLOTA

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É verdade matemática

Que ninguém podi negá

Que essa história de gramática

Só serve pra atrapaiá

Inda vem língua estrangera

Ajudá a compricá

Meió nóis cabá cum isso

Pra todos podê falá


Na Ingraterra ouví dizê

Que um pé de sapato é xu

Desde logo já se vê

Dois pé de sapato é xuxu

Xuxu pra nois é legume

É verdade e não boato

O ingrês que lá se arrume

Mas nóis num come sapato


Ná Itália ouví dizê

Eu não sei porque razão

Que manteiga lá é burro

Lá se passa burro no pão

Desse jeito pra mim chega

Sarve o povo do sertão

Onde manteiga é manteiga

Nóis num come burro não


Na Argentina aprendi

Que lá saco é paletó

Lá se o gringo toma chuva

Tem que pô o saco no só

E se acaso o dito encóie

E a muié diz o pió :

Teu saco é muito pequeno

Vê se arranja um saco maió


Na América corpo é bódi

Veja que bódi vai dá

Conhecí uma americana

Doida pro bódi entregá

Fiquei meio atrapaiado

E disse pra me escapá

Oia moça eu não sou cabra

Chega seu bódi pra lá


No Chile cueca é dança

Pra se dançá e bailá

Lá se dança e baila cueca

Até a noite acabá

Mas se um dia um chileno

Vié pro Basil dançá

Tente mostrá a cueca

Pra vê onde vai pará


Uma gravata esquisita

Um certo francês me deu

Perguntei onde se bota

Acho que num entendeu

Me danei com a resposta

Isso é coisa eu que não faço

Seu francês mal educado

Mete a gravata no seu.


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