terça-feira, 12 de janeiro de 2016

NATÁLIA CORREIA UM POEMA PARA MARCELO

. MOMENTO DE POESIA Natália Correia sobre Marcelo Rebelo de Sousa, «o tal que um dia concorreu a presidente da autarquia de Lisboa». MARCELO E AS TÁGIDES Marcelo, em cupidez municipal de coroar-se com louros alfacinhas, atira-se valoroso - ó bacanal! - ao leito húmido das Tágides daninhas. Para conquistar as Musas de Camões lança a este, Marcelo, um desafio: Jogou-se ao verso o épico? Ilusões!... Bate-o Marcelo que se joga ao rio. E em eleitorais estrofes destemidas, do autárquico sonho, o nadador diz que curara as ninfas poluídas com o milagre do seu corpo em flor. Outros prodígios - dizem - congemina: ir aos bairros da lata e ali, sem medo, dormir para os limpar da vil vérmina e triunfal ficar cheio de pulguedo. Por fim, rumo ao céu, novo Gusmão de asa delta a fazer de passarola, sobrevoa Lisboa o passarão e perde a pena que é de galinhola. in INÉDITOS 1979/91 Cancioneiro Joco-Marcelino, POESIA COMPLETA

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