.
NA VELHA TRANCA, TÍNHAMOS UM ESPAÇO
"RELIGIOSO" ONDE TODOS OS DIAS
CRiÁVAMOS UM TEXTO ALTERNATIVO
AO CHAMADO "SANTINHO DO DIA" DO
CALENDÁRIO JULIANO.
.
No dia de "Santa Cita", saí entre gargalhadas impuras esta pajela:
Cita não conheceu os seus progenitores. Na verdade, foi abandonada na roda do Convento das Irmãs Beneditinas de Trancoso. Diz-se ter sido filha dum pecado da Madre Superiora da Instituição, com o Rei de Portugal. Cresceu e fez-se mulher entre claustros, hábitos, rosários, carrilhões, tedeuns e missas cantadas. A sua vida sofreu um salto qualitativo, quando num Verão em que tinha sido destacada como monitora, para o Centro de Férias das Filhas de Cristo do Moinho da Asneira, foi apanhada a pular a cerca do quintal, para se encontrar com um frade noviço, finalista do Seminário de Vila Nova de Milfontes, chamado Augustinhe Mê Filhe. Expulsa, meteu piercing na língua e no grande lábio, fugindo para Lisboa com o celerado, que ainda por cima a abandonou, trocando-a ignòbilmente por pianáres e pela Tasquinha do Pote D.Água. Da capital foi para o Texas, alugou uma casinha na Travessa dos Remolares, tão perto do local de trabalho, o famoso "Texas Bar", que podia ir a pé.. Fazia também uma "perninha" no "Escandinávia", e mesmo assim, continuava virgem, com testemunhas a afirmarem que nunca homem nenhum lhe havia posto um dedo sequer nas partes vergonhosas. (Nem nunca se falou de mulheres também).
Preocupada com a qualidade da alimentação e serviços do seu local de trabalho, abriu uma Escola Superior de Formação para pretimosas meninas, na nobre arte do refugado e no transporte de terrinas de sopa, nascendo assim a categoria profissional de "sopeira"
Lisboa foi inundada de sopeiras recem-formadas, todas submissas, todas de buço insipiente, pèzinhos mimosos, calçados tamanho 42, vegetação nas pernas, e aptas para todo o serviço. Senilizada muito cedo, caiu no caldeirão do caldo verde, dando origem à "sopa de pedra", famosa pela qualidade da carne e pela dureza da cabeça, que ao ficar intacta, recebeu o nome de calhau. Mesmo assim comeram-na. Por tão grande sofrimento, foi canonizada pelo Papa Açorda XXII, figurando ainda hoje em qualquer cardápio de restaurante de renome.
Publicada na TRANCA na sexta-feira, dezembro 24, 2004
sexta-feira, 29 de março de 2019
quarta-feira, 27 de março de 2019
GABRIELA,
.
EM OUTUBRO DE 1977, ESTAVA A PASSAR NA RTP
A PRIMEIRA TELENOVELA BRASILEIRA, BASEADA
NA OBRA DE JORGE AMADO, "GABRIELA ,CRAVO
E CANELA. POR SER NOVIDADE O PAÍS PARAVA
À HORA DO JANTAR PARA VÊR ,ESPANTADO .
Num dos movimentados turnos do RC, num "4 meia noite", o staff da TRANCA (manual),reuniu-se na velha sala de convivio do 7º.andar do edificio 25, e num brainstorm divertido, interronmpido amiúde com sonoras gargalhadas, mimámos a azáfama de escolher um elenco para a produção de uma telenovela-espelho da "Gabriela" ,mas com os nossos companheiros a interpretar as personagens do Jorge Amado.
Como nessa época, ainda não tínhamos muitas meninas no RC, por decisão misógena do Chefe Patricio Mendes,, distribuímos então,alguns papeis femininos a colegas de barba rija.
Eis os resultado.
Vamos a vêr se ainda se recordam do elenco:
CORONEL RAMIRO - Paulo Gracindo, (o actor brasildeiro foi escolhido e convidado, por não termos ninguém que tivesse aceitado)
GABRIELA - Zuzarte (pelo dengue natural muito próxomo da SÓnia Braga)
JERUSA - Fernandinha Gaspar.
MARIA MACHADÃO - Irene
JUCA - Leal Marques.
DOUTOR PIMENTEL - Mascaenhas
DOUTOR OSMUNDO - Helder Mesquita.
CORONEL MELK - Helder Silva.
DOUTOR EZEQUIEL - Filipe.
TONICO BASTOS - Carlos Henriques.
GENDAIA - Teresa Hungria
CORONEL CORIOLANO - Norberto.
GLORINHA - Dina
DOUTOR MAURICIO CAIRES - Cabral
JOÃO PRUDÊNCIO - João Oliveira.
BENTO LEAL - José Carlos Carvalho.
MALVINA - Elizabeth
DOUTOR MUNDINHA - Melo
CORONEL AMÂNCIO - Parente.
DOUTOR - Zé Herdeiro
ENGENHEIRO ROMULO - Ferrão.
CHICO CHICÃO (jagunço) . Chitas Carreiras.
AURORA - Adalberta.
FILÓ - Garção
PASSARINHO OFERECIDO À GABRIELA - Ricardo.
CAPITÃO - AlVARO mATOS.
CORONEL JESUÍNO - Carlos Branco
CHICO MOLEZA - Canelas
POETA ARGILEU PALMAIRA - Cascada
DONA SINHAZINHA - Ana Castelo
NEUSÓNIA - Faustino
TIO DO NACYB - Allen
PROFESSOR JOSUÉ - Calos Correia
PRETINHA - Catarino
TAMPINHA (anão do circo - Guedes Vaz.A
DONA ARMENDA - Natália
ZUBAIDA - Carvalho (da Carga)
APRESENTADOR DO CIRCO - Carlos Marques.
PILECA DO JAGUNÇO - Augusto.
ANÓNIMO QUE ESCREVE CARTAS - Sereno
PRINCIPE SANDRA - Rui Brito de Sousa
ANABELA - Menina Herminia
TUISCA (ENGRAXADOR) - Vitor Carvalho (Nhec-Nhec)
SEU OSÓRIO (O PAPAGAIO QUE DIZIA PALAVRÕES) - Maia
DONA DÁDÁ - Vitorino Duarte.
DONA OLGA - António José Lopes
DONA IDALINA MELK - Vaz
DONA GEORGINA - Calado Lopes
DINA CRISALINDA (A ansiã) . Caramelo
PADRE BASILIO - Cotrim
JAGUNÇOS - Mendonça,Leandro,Gomes e Barbosa Dinis (a pedidoo)
BATACLAN - RC
VESUVIO - - BAR DO BAÇÃO.
EM OUTUBRO DE 1977, ESTAVA A PASSAR NA RTP
A PRIMEIRA TELENOVELA BRASILEIRA, BASEADA
NA OBRA DE JORGE AMADO, "GABRIELA ,CRAVO
E CANELA. POR SER NOVIDADE O PAÍS PARAVA
À HORA DO JANTAR PARA VÊR ,ESPANTADO .
Num dos movimentados turnos do RC, num "4 meia noite", o staff da TRANCA (manual),reuniu-se na velha sala de convivio do 7º.andar do edificio 25, e num brainstorm divertido, interronmpido amiúde com sonoras gargalhadas, mimámos a azáfama de escolher um elenco para a produção de uma telenovela-espelho da "Gabriela" ,mas com os nossos companheiros a interpretar as personagens do Jorge Amado.
Como nessa época, ainda não tínhamos muitas meninas no RC, por decisão misógena do Chefe Patricio Mendes,, distribuímos então,alguns papeis femininos a colegas de barba rija.
Eis os resultado.
Vamos a vêr se ainda se recordam do elenco:
CORONEL RAMIRO - Paulo Gracindo, (o actor brasildeiro foi escolhido e convidado, por não termos ninguém que tivesse aceitado)
GABRIELA - Zuzarte (pelo dengue natural muito próxomo da SÓnia Braga)
JERUSA - Fernandinha Gaspar.
MARIA MACHADÃO - Irene
JUCA - Leal Marques.
DOUTOR PIMENTEL - Mascaenhas
DOUTOR OSMUNDO - Helder Mesquita.
CORONEL MELK - Helder Silva.
DOUTOR EZEQUIEL - Filipe.
TONICO BASTOS - Carlos Henriques.
GENDAIA - Teresa Hungria
CORONEL CORIOLANO - Norberto.
GLORINHA - Dina
DOUTOR MAURICIO CAIRES - Cabral
JOÃO PRUDÊNCIO - João Oliveira.
BENTO LEAL - José Carlos Carvalho.
MALVINA - Elizabeth
DOUTOR MUNDINHA - Melo
CORONEL AMÂNCIO - Parente.
DOUTOR - Zé Herdeiro
ENGENHEIRO ROMULO - Ferrão.
CHICO CHICÃO (jagunço) . Chitas Carreiras.
AURORA - Adalberta.
FILÓ - Garção
PASSARINHO OFERECIDO À GABRIELA - Ricardo.
CAPITÃO - AlVARO mATOS.
CORONEL JESUÍNO - Carlos Branco
CHICO MOLEZA - Canelas
POETA ARGILEU PALMAIRA - Cascada
DONA SINHAZINHA - Ana Castelo
NEUSÓNIA - Faustino
TIO DO NACYB - Allen
PROFESSOR JOSUÉ - Calos Correia
PRETINHA - Catarino
TAMPINHA (anão do circo - Guedes Vaz.A
DONA ARMENDA - Natália
ZUBAIDA - Carvalho (da Carga)
APRESENTADOR DO CIRCO - Carlos Marques.
PILECA DO JAGUNÇO - Augusto.
ANÓNIMO QUE ESCREVE CARTAS - Sereno
PRINCIPE SANDRA - Rui Brito de Sousa
ANABELA - Menina Herminia
TUISCA (ENGRAXADOR) - Vitor Carvalho (Nhec-Nhec)
SEU OSÓRIO (O PAPAGAIO QUE DIZIA PALAVRÕES) - Maia
DONA DÁDÁ - Vitorino Duarte.
DONA OLGA - António José Lopes
DONA IDALINA MELK - Vaz
DONA GEORGINA - Calado Lopes
DINA CRISALINDA (A ansiã) . Caramelo
PADRE BASILIO - Cotrim
JAGUNÇOS - Mendonça,Leandro,Gomes e Barbosa Dinis (a pedidoo)
BATACLAN - RC
VESUVIO - - BAR DO BAÇÃO.
segunda-feira, 25 de março de 2019
A CIMERA DE MARÇO DE 2019, VAI SER DE NOVO NOS "MENINOS" DIA 28.
,
NA PRÓXIMA 5ª.FEIRA ,28, VAMOS DE
NOVO TER O NOSSO ENCONTRO MENSAL,
O DE MARÇO DE 2019, NOS MENINOS.
Da nossa PM DINA, aqui está a...
.............convocatória......
Amigas e amigos, cá estou para vos falar do nosso evento mensal.
Vai acontecer no restaurante " OS MENINOS " , já bem conhecido de todos. Falei para outro restaurante em que se come bem, segundo me informaram, mas além de ser mais caro exigem que o grupo tenha 15 pessoas ou mais e querem número certo dois dias antes .
Então, na quinta - feira iremos degustar polvo à lagareiro . O preço : 18 €.
Peço me respondam rápido pois tenho de dizer ao sr José quantos somos na quarta-feira de manhã.
Bjs. Dina
NA PRÓXIMA 5ª.FEIRA ,28, VAMOS DE
NOVO TER O NOSSO ENCONTRO MENSAL,
O DE MARÇO DE 2019, NOS MENINOS.
Da nossa PM DINA, aqui está a...
.............convocatória......
Amigas e amigos, cá estou para vos falar do nosso evento mensal.
Vai acontecer no restaurante " OS MENINOS " , já bem conhecido de todos. Falei para outro restaurante em que se come bem, segundo me informaram, mas além de ser mais caro exigem que o grupo tenha 15 pessoas ou mais e querem número certo dois dias antes .
Então, na quinta - feira iremos degustar polvo à lagareiro . O preço : 18 €.
Peço me respondam rápido pois tenho de dizer ao sr José quantos somos na quarta-feira de manhã.
Bjs. Dina
quinta-feira, 21 de março de 2019
OS QCSSÍADES
.
REEDIÇÃO
OS QCSÍADAS
.
OS QCS'IADAS
.
A TRANCA REEDITA HOJE UM TEXTO DE CONTEÚDO COLECTIVO,
FRUTO DO DELIRIO CRIATIVO DE ALGUNS DE NÓS E A SÍNTESE
GENIAL DO ZÉ CASCADA.
O QCS era um sector do RC-Controle de Reservas, especializado em controle de Grupos, e que na actual estrutura tem a denominação de GROUP DESK.
Dessa equipa, e refira-se que este texto foi publicado na TRANCA manual nº.57 em Novembro de 1978, já TODOS passaram à reforma , e 3 já faleceram.
Pela ordem que são referidos no "poema" era esta a constituição do então QCS:
Cascada
Sereno
Cotrim
Mesquita
Giovanni Fernandes
Pereira Martins
Gentil Nunes
Ricardo
José Pereira de Sousa
Garção
Leal Marques
Adelaide
Marcelino
Fátima Rosa
Calado Lopes
Mário Filipe
Leal
António José Lopes
Cristóvão
POEMA
QCS'IADES
O QCS é a jaula
mais rica do ÉRRECÊ
tem careca cabeludo
macacas, cabras e tudo
tem marujo barrigudo
advogado do diabo
falamos do Cotrim
só não tem beata falsa
mas é bem melhor assim
tem engatatão esforçado
o Mesquita é o magano
e tem mulheres à solta
que sorriem todo o ano
tem italiano maluco
da estirpe do Papa Urbano
e tem o Pereira sisudo
Martins de nome e barbudo
e o Gentil de Carcavelos
que só trabalha feriados
que os outros dias nem vê-los
Quanto à macaca que temos
pequena mas muito esperta
a fazer barcos a remos
põe tudo de boca aberta
faz caravelas de lenha
de pau e trapos navios
faz corvetas sem cornetas
pra navegar pelos rios
Aviõezinhos de lata
são a sua especialidade
mas também a caldeirada
segundo se diz na cidade.
Eu juro que nunca o vi
parado sem fazer nada
se não mexe no teclado
mantém a sala asseada
em silêncio junto ao "set"
e pelos dias de calôr
se não vai logo à retrete
saca macacas das ventas
com o dedo indicador
Zé Maria, o Pincel
tão agarrado ao papel
da descrição das tarefas
que agoniam o pagode
só tem olhos para a letra
miúda bem compostinha
e c'os dedos com borrefas
coxa o cú, puxa o bigode
o Zé Maria é fantástico
co'a a sua mona de plástico
de submarino amarelo!
de tanto pensar naquilo
até lhe caíu o cabelo
Com garizé na goela
Ele nos dirá o que é
Grita com indignação:
-Eu a fazer overbookings
ca minha mona de plástico
e o Garção de Paço D'Arcos
a dar lições de ginástica
-Se o apanho como-o inteiro!
não se peidem aqui perto
que eu já não posso c'o cheiro
A macaca funga baixo
e vai folheando o playboy
O Giovanni furioso
pergunta: irócudói
Leal Marques o pinóca
conhecido por DGG
com a sua carinha laróca
engata mulheres por fóra
sob o céu do firmamento
mas quem se lixa é a gorja
com tanto resfriamento
já tem caruncho por baixo
de tanto lá se arriscar
anda à rasca com a sisa
lixa-o a Caixa Geral
com o juro do andar
Temos a menina Adelaide
que não entra aqui no jogo
por ser ainda moderna
mas entra o Marcelino
com seu penteado de fogo
a dar ao dedo e à perna
A Fátima de QED
essa mulher gigantesca
entra na história porquê?
Pois se tem a pele fresca
e agrada a quem a vê!
O Careca tem chavelhos
e bigodes dos coelhos
pra espantar o pessoal
são adornos imprevistos
do seu orgão sexual
o juízo já lhe escorre
pela ponta da uretra
e agora rima com esta
três na peida e etecetra.
O próximo é o Calado
que faz côro com a macaca
tem a pança dilatada
que parece um petroleiro
pois ele não poupa dinheiro
em caracóis e santola
de que só gosta da cáca.
Este poeminha heróico
é o nosso preito humilde
pr'ó Calado e prá Cremilde
uma moça algo esperta
que uma noite pela calada
levou o Calado à certa
Vamos agora ao Filipe
Grão Mestre da bruxaria
faz horospes e mèzinhas
obra d'agorofobia
não se acanha de tratar
com Saturno e com Plutão
topa o futuro da bola
mas se vais lá e lhe pedes
o treze no totobola
toca Mozart e diz não.
O senhor que se seguir
há-de ser bom marinheiro
sabido em navegação
pr'a dizer ao senhor Mesquita
como se atravessa um ribeiro
às costas dum tubarão.
Vai montado a beber chope
no alto do gavetope.
Quando apanha bebedeira
coze-a na baleeira
porquer um bravo oficial não
não se deixa ficar mal
O próximo é o Cotrim
ajuda-me aqui oh Leal
vê lá se dizes mal dele
sem que pareça por mal
Diz o Leal bem depressa
-É Cotrim um sacanão
corta à direita e à esquerda
mas anda sempre à ravessa
de quem lhe diga que não.
Sai Mesquita ,sai depressa:
-Oh freguês é peixe frito.
É careca? Ora essa!
veja-lhe lá o avio!
Em certo dia feriado
lá andava em Carcavelos
o Mesquita aos cogumelos
pra fazer um ensopado
ao dar um belo mergulho
lá prós lados do Bugio
deu de trombas co'a sardinha.
Ao vêr tamanho estabulho
a pobre assustada fugiu
mas a ele a que nada escapa
nem alforreca nem vaca
deu um mergulho à sucapa
e foi atrás da sardinha
afinando a sua voz
de Demis Roussos fatal
agarrou na pobrezinha
e logo ali lhe fez mal
a coitada era estreitinha
nunca vira tamanhão
quis fugir, mas quem resiste
a tão sexy garanhão?
seja vitela ou borrega
casta ,virgem ou depravada
nada escapa ao Mesquita
seja sardinha ou pescada.
Vamos agora saltar
pr'à cueca do Salreta
aos pulinhos pela relva
do RC e Olivais
tira as ligas á Natália
e vai à caça dos pardais
toque,toque,toque,toque
pela quinta do Fulgêncio
troca o passo vira e passa
lá pelo vale do silêncio
se chega a casa sem caça
logo a Natália lhe passa
pl'o lombo com o rolo da massa
E já que estamos ca mão
sobre o Lopes e na massa
convém falar da Natália
não nos faça uma arruaça
que a Natália linguareira
garganta tem afinada
quando toca á fofoqueira
corre a malta à batatada.
E para encerrar a estopada
falemos do Cristóvão
o santo a fera,o mandão
que ora toca acordeon
ora rapa do canhão
O Cristóvão do Algueirão
que é um grande calmeirão
pra cima de oitenta quilos
prometeu favas à malta
mas por estranho que pareça
já lá foi a fava à fava
e à fava vai quem crê
que fava Cristóvão dê
agora cria coelhos
pra fazer um casacão
mas as coelhas teimosas
não dão gato nem furão
antes dão um burro velho
que lhe vem comer à mão.
Quer vivenda mobilada
em estilo Restauração
só lhe dá cabo da mona
que os putos à tesourada
façam fitas das poltronas
Pede plantas ao marujo
pra cuidar dum jardinzito
mas o gato da vizinha
abriu buracos no chão
pra enterrar um peixe frito
ora isto faz-me lembrar
meu amigo Giovanni
que vai a Roma de aflito
beber licôr Galiani.
E tantos copos bebeu
e tantas vezes comeu
lasagna com chiantizito
que farto de Roma partiu
em direcão ao Recife
à procura dum bom bife
ao chegar a Paço de Arcos
pança á frente, pé atrás
atirou uma estrabucada
com sua pistola de gaz
num pinta que lhe chegara
a queixar-se dum antraz-
O homem geme raivoso:
-Que faz você seu safado?
-Toma-me por um cão tinhoso,
ou está de todo chalado?
O Giovanni responde
recarregando a pistola:
-Cale a boca e vá andando
que ainda lhe racho a queixola!
E assim acaba a história
daqueles qu' em QCS
vão pasando além da glória
soterrados em papéis
limpam qu's e fazem Vip's
gatos, cães e jacarés
e quem quizer saber mais
pergunte sem tagatés
ao Zé Maria Pincéis
REEDIÇÃO
OS QCSÍADAS
.
OS QCS'IADAS
.
A TRANCA REEDITA HOJE UM TEXTO DE CONTEÚDO COLECTIVO,
FRUTO DO DELIRIO CRIATIVO DE ALGUNS DE NÓS E A SÍNTESE
GENIAL DO ZÉ CASCADA.
O QCS era um sector do RC-Controle de Reservas, especializado em controle de Grupos, e que na actual estrutura tem a denominação de GROUP DESK.
Dessa equipa, e refira-se que este texto foi publicado na TRANCA manual nº.57 em Novembro de 1978, já TODOS passaram à reforma , e 3 já faleceram.
Pela ordem que são referidos no "poema" era esta a constituição do então QCS:
Cascada
Sereno
Cotrim
Mesquita
Giovanni Fernandes
Pereira Martins
Gentil Nunes
Ricardo
José Pereira de Sousa
Garção
Leal Marques
Adelaide
Marcelino
Fátima Rosa
Calado Lopes
Mário Filipe
Leal
António José Lopes
Cristóvão
POEMA
QCS'IADES
O QCS é a jaula
mais rica do ÉRRECÊ
tem careca cabeludo
macacas, cabras e tudo
tem marujo barrigudo
advogado do diabo
falamos do Cotrim
só não tem beata falsa
mas é bem melhor assim
tem engatatão esforçado
o Mesquita é o magano
e tem mulheres à solta
que sorriem todo o ano
tem italiano maluco
da estirpe do Papa Urbano
e tem o Pereira sisudo
Martins de nome e barbudo
e o Gentil de Carcavelos
que só trabalha feriados
que os outros dias nem vê-los
Quanto à macaca que temos
pequena mas muito esperta
a fazer barcos a remos
põe tudo de boca aberta
faz caravelas de lenha
de pau e trapos navios
faz corvetas sem cornetas
pra navegar pelos rios
Aviõezinhos de lata
são a sua especialidade
mas também a caldeirada
segundo se diz na cidade.
Eu juro que nunca o vi
parado sem fazer nada
se não mexe no teclado
mantém a sala asseada
em silêncio junto ao "set"
e pelos dias de calôr
se não vai logo à retrete
saca macacas das ventas
com o dedo indicador
Zé Maria, o Pincel
tão agarrado ao papel
da descrição das tarefas
que agoniam o pagode
só tem olhos para a letra
miúda bem compostinha
e c'os dedos com borrefas
coxa o cú, puxa o bigode
o Zé Maria é fantástico
co'a a sua mona de plástico
de submarino amarelo!
de tanto pensar naquilo
até lhe caíu o cabelo
Com garizé na goela
Ele nos dirá o que é
Grita com indignação:
-Eu a fazer overbookings
ca minha mona de plástico
e o Garção de Paço D'Arcos
a dar lições de ginástica
-Se o apanho como-o inteiro!
não se peidem aqui perto
que eu já não posso c'o cheiro
A macaca funga baixo
e vai folheando o playboy
O Giovanni furioso
pergunta: irócudói
Leal Marques o pinóca
conhecido por DGG
com a sua carinha laróca
engata mulheres por fóra
sob o céu do firmamento
mas quem se lixa é a gorja
com tanto resfriamento
já tem caruncho por baixo
de tanto lá se arriscar
anda à rasca com a sisa
lixa-o a Caixa Geral
com o juro do andar
Temos a menina Adelaide
que não entra aqui no jogo
por ser ainda moderna
mas entra o Marcelino
com seu penteado de fogo
a dar ao dedo e à perna
A Fátima de QED
essa mulher gigantesca
entra na história porquê?
Pois se tem a pele fresca
e agrada a quem a vê!
O Careca tem chavelhos
e bigodes dos coelhos
pra espantar o pessoal
são adornos imprevistos
do seu orgão sexual
o juízo já lhe escorre
pela ponta da uretra
e agora rima com esta
três na peida e etecetra.
O próximo é o Calado
que faz côro com a macaca
tem a pança dilatada
que parece um petroleiro
pois ele não poupa dinheiro
em caracóis e santola
de que só gosta da cáca.
Este poeminha heróico
é o nosso preito humilde
pr'ó Calado e prá Cremilde
uma moça algo esperta
que uma noite pela calada
levou o Calado à certa
Vamos agora ao Filipe
Grão Mestre da bruxaria
faz horospes e mèzinhas
obra d'agorofobia
não se acanha de tratar
com Saturno e com Plutão
topa o futuro da bola
mas se vais lá e lhe pedes
o treze no totobola
toca Mozart e diz não.
O senhor que se seguir
há-de ser bom marinheiro
sabido em navegação
pr'a dizer ao senhor Mesquita
como se atravessa um ribeiro
às costas dum tubarão.
Vai montado a beber chope
no alto do gavetope.
Quando apanha bebedeira
coze-a na baleeira
porquer um bravo oficial não
não se deixa ficar mal
O próximo é o Cotrim
ajuda-me aqui oh Leal
vê lá se dizes mal dele
sem que pareça por mal
Diz o Leal bem depressa
-É Cotrim um sacanão
corta à direita e à esquerda
mas anda sempre à ravessa
de quem lhe diga que não.
Sai Mesquita ,sai depressa:
-Oh freguês é peixe frito.
É careca? Ora essa!
veja-lhe lá o avio!
Em certo dia feriado
lá andava em Carcavelos
o Mesquita aos cogumelos
pra fazer um ensopado
ao dar um belo mergulho
lá prós lados do Bugio
deu de trombas co'a sardinha.
Ao vêr tamanho estabulho
a pobre assustada fugiu
mas a ele a que nada escapa
nem alforreca nem vaca
deu um mergulho à sucapa
e foi atrás da sardinha
afinando a sua voz
de Demis Roussos fatal
agarrou na pobrezinha
e logo ali lhe fez mal
a coitada era estreitinha
nunca vira tamanhão
quis fugir, mas quem resiste
a tão sexy garanhão?
seja vitela ou borrega
casta ,virgem ou depravada
nada escapa ao Mesquita
seja sardinha ou pescada.
Vamos agora saltar
pr'à cueca do Salreta
aos pulinhos pela relva
do RC e Olivais
tira as ligas á Natália
e vai à caça dos pardais
toque,toque,toque,toque
pela quinta do Fulgêncio
troca o passo vira e passa
lá pelo vale do silêncio
se chega a casa sem caça
logo a Natália lhe passa
pl'o lombo com o rolo da massa
E já que estamos ca mão
sobre o Lopes e na massa
convém falar da Natália
não nos faça uma arruaça
que a Natália linguareira
garganta tem afinada
quando toca á fofoqueira
corre a malta à batatada.
E para encerrar a estopada
falemos do Cristóvão
o santo a fera,o mandão
que ora toca acordeon
ora rapa do canhão
O Cristóvão do Algueirão
que é um grande calmeirão
pra cima de oitenta quilos
prometeu favas à malta
mas por estranho que pareça
já lá foi a fava à fava
e à fava vai quem crê
que fava Cristóvão dê
agora cria coelhos
pra fazer um casacão
mas as coelhas teimosas
não dão gato nem furão
antes dão um burro velho
que lhe vem comer à mão.
Quer vivenda mobilada
em estilo Restauração
só lhe dá cabo da mona
que os putos à tesourada
façam fitas das poltronas
Pede plantas ao marujo
pra cuidar dum jardinzito
mas o gato da vizinha
abriu buracos no chão
pra enterrar um peixe frito
ora isto faz-me lembrar
meu amigo Giovanni
que vai a Roma de aflito
beber licôr Galiani.
E tantos copos bebeu
e tantas vezes comeu
lasagna com chiantizito
que farto de Roma partiu
em direcão ao Recife
à procura dum bom bife
ao chegar a Paço de Arcos
pança á frente, pé atrás
atirou uma estrabucada
com sua pistola de gaz
num pinta que lhe chegara
a queixar-se dum antraz-
O homem geme raivoso:
-Que faz você seu safado?
-Toma-me por um cão tinhoso,
ou está de todo chalado?
O Giovanni responde
recarregando a pistola:
-Cale a boca e vá andando
que ainda lhe racho a queixola!
E assim acaba a história
daqueles qu' em QCS
vão pasando além da glória
soterrados em papéis
limpam qu's e fazem Vip's
gatos, cães e jacarés
e quem quizer saber mais
pergunte sem tagatés
ao Zé Maria Pincéis
terça-feira, 5 de março de 2019
CRÓNICA DA CIMEIRA DE FEVEREIRO 2019
.
NA NOSSA SALA MAIS FREQUENTE,
A DOS "MENINOS" EM BENFICA,
REALIZOU-SE MAIS UMA DAS
NOSSAS CIMEIRAS.
Aconteceu outra vez em Benfica, mais um episódio do nosso longo caminho de encontros a que chamamos Cimeiras, e onde continuamos a manter aquele espirito tão especial , o modo de estar na vida da Legião Estrangeira do RC (como nos chamava o Eng.Mendes Barbosa).
Apesar das baixas que já são muitas (45), continuam a estar presentes na ultima semana de cada mês, muitos dos nossos senadores.
Nesta Cimeira estiveram nas bancadas 16 senadores
.
DINA, CHICO SANTOS COSTA,MANELA BRITO E SILVA,CANELAS,MELO,MANELA MASCARENHAS,GASTÃO,ZÉ HERDEIRO, HELENA HERDEIRO,ABILIO AZEVEDO,MANUELA AZEVEDO,MARIA JOÃO FIGUEIREDO,NORBERTO,JOÃO FERRADEIRA PINTO,AUGUSTO e VITOR SANTOS.
Durante e depois dos preliminares da carne assada e das batatinhas, do tinto da casa , dos pudins e dos cafés com e sem cheirinho,recordaram-se muitas das memórias da nossa vida em comum na enorme assoalhada do 7º.andar do edifício 25.
O nosso open space tinha uma vista previligiada , de qualquer lugar da sala, , da Coordenação e dos fuminhos da fotocopiadora ao Pré flight, dos Domesticos ao Tour Desk, de qualquer lugar do Conveyor Belt , as enormes janelas viradas a sul, ofereciam-nos uma soberba vista sobre o Tejo, o Mar da Palha, e até a Baía do Seixal.
Um dia, tivemos a má nova de que os nossos então vizinhos do andar de cima (a Admisnistração) numa atitude verdadeiramente imperialista,queria tomar o nosso espaço,e tinha interposto uma acção de despejo ao RC, e que teríamos de nos mudar para uma sombria divisão, no edifício 27, com vista para uma espécie de saguão .
A Dina, foi a primeira a reagir e logo,logo a liderar um comité revolucionário contra os imperialistas do oitava andar...
Escreveram-se textos, reuniões , tudo em vão perante o poder discricionário vigente, e lá tivemos de empacotar a mobília e recuar para o 5º.andar do 27, onde nem uma sala de convívio conseguimos.
Entre outras estórias e recordações veio à baila aquela primeira semana de Março de 1970 )que está a fazer agora 49 anos, em que entrámos para o RC, 14 novos recrutas, num 7º.andar do 25 , edifício ainda inacabado.
O Fiúza, o Zé Herdeiro,o Sereno, o Falé,o Carlos Correia, o Loreto, o Paz, o Serrão,o Paulino, o Vitor Guerra, o Cascada, o Cabrita,e o Ribeiro Fernandes.
Fomos recebidos pela Ana Castelo, que nos mostrou os cantos da casa, nos ensinou a picar o ponto,apresentados aos colegas e às máquinas de fotocópias onde amargaríamos a nossa fmarenta recruta.
Recordo que o Vitorino Duarte, nesse dia das apresentações, me disse :
-Tua , com essas bochechas passas a chamar-ye DOUTOR GRILO, a consciência do Pinóqio.
E a alcunha ficou para sempre.
No dia seguinte entrámos num curso de Familiarização ministrado pelo Hélder Silva.
E foi mais uma Cimeira,até para o fim de Março.
NA NOSSA SALA MAIS FREQUENTE,
A DOS "MENINOS" EM BENFICA,
REALIZOU-SE MAIS UMA DAS
NOSSAS CIMEIRAS.
Aconteceu outra vez em Benfica, mais um episódio do nosso longo caminho de encontros a que chamamos Cimeiras, e onde continuamos a manter aquele espirito tão especial , o modo de estar na vida da Legião Estrangeira do RC (como nos chamava o Eng.Mendes Barbosa).
Apesar das baixas que já são muitas (45), continuam a estar presentes na ultima semana de cada mês, muitos dos nossos senadores.
Nesta Cimeira estiveram nas bancadas 16 senadores
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DINA, CHICO SANTOS COSTA,MANELA BRITO E SILVA,CANELAS,MELO,MANELA MASCARENHAS,GASTÃO,ZÉ HERDEIRO, HELENA HERDEIRO,ABILIO AZEVEDO,MANUELA AZEVEDO,MARIA JOÃO FIGUEIREDO,NORBERTO,JOÃO FERRADEIRA PINTO,AUGUSTO e VITOR SANTOS.
Durante e depois dos preliminares da carne assada e das batatinhas, do tinto da casa , dos pudins e dos cafés com e sem cheirinho,recordaram-se muitas das memórias da nossa vida em comum na enorme assoalhada do 7º.andar do edifício 25.
O nosso open space tinha uma vista previligiada , de qualquer lugar da sala, , da Coordenação e dos fuminhos da fotocopiadora ao Pré flight, dos Domesticos ao Tour Desk, de qualquer lugar do Conveyor Belt , as enormes janelas viradas a sul, ofereciam-nos uma soberba vista sobre o Tejo, o Mar da Palha, e até a Baía do Seixal.
Um dia, tivemos a má nova de que os nossos então vizinhos do andar de cima (a Admisnistração) numa atitude verdadeiramente imperialista,queria tomar o nosso espaço,e tinha interposto uma acção de despejo ao RC, e que teríamos de nos mudar para uma sombria divisão, no edifício 27, com vista para uma espécie de saguão .
A Dina, foi a primeira a reagir e logo,logo a liderar um comité revolucionário contra os imperialistas do oitava andar...
Escreveram-se textos, reuniões , tudo em vão perante o poder discricionário vigente, e lá tivemos de empacotar a mobília e recuar para o 5º.andar do 27, onde nem uma sala de convívio conseguimos.
Entre outras estórias e recordações veio à baila aquela primeira semana de Março de 1970 )que está a fazer agora 49 anos, em que entrámos para o RC, 14 novos recrutas, num 7º.andar do 25 , edifício ainda inacabado.
O Fiúza, o Zé Herdeiro,o Sereno, o Falé,o Carlos Correia, o Loreto, o Paz, o Serrão,o Paulino, o Vitor Guerra, o Cascada, o Cabrita,e o Ribeiro Fernandes.
Fomos recebidos pela Ana Castelo, que nos mostrou os cantos da casa, nos ensinou a picar o ponto,apresentados aos colegas e às máquinas de fotocópias onde amargaríamos a nossa fmarenta recruta.
Recordo que o Vitorino Duarte, nesse dia das apresentações, me disse :
-Tua , com essas bochechas passas a chamar-ye DOUTOR GRILO, a consciência do Pinóqio.
E a alcunha ficou para sempre.
No dia seguinte entrámos num curso de Familiarização ministrado pelo Hélder Silva.
E foi mais uma Cimeira,até para o fim de Março.
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