sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

BERLINALE, FESTIVAL DE CINEMA DE BERLIM 2016

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NESTA EDIÇÃO DE 2016 DA BERLINALE
O JOVEM CINEMA PORTUGUÊS MARCA A
SUA MAIOR PRESENÇA DE SEMPRE NO
CERTAME, COM MUITO JOVENS REALIZA-
RES A APRESENTAREM AS SUAS OBRAS.


Sete filmes portugueses no Berlinale 2016

Três filmes portugueses foram seleccionados para a secção Forum do Berlinale 2016, que decorre em Berlim de 11 a 21 de Fevereiro. Sobe assim para sete a representação portuguesa no festival de cinema, que já tinha anunciado na semana anterior a presença de três curtas-metragens e de uma longa - Cartas de Guerra, de Ivo M. Ferreira, que entrou no concurso oficial.

No Forum - secção não competitiva do festival - vão estar filmes de Salomé Lamas (Eldorado XXI), Hugo Vieira da Silva (Posto Avançado do Progresso), ambos em estreia mundial, e Rio Corgo, de Sérgio da Costa e Maya Kosa, distinguido como o melhor filme do DocLisboa 2015.

O Fórum é descrito pela organização como "a secção mais ousada do festival" e para a 46.ª edição foram escolhidos 44 filmes, a maioria em estreia mundial. O programa completo do Berlinale 2016 será revelado a 2 de Fevereiro.


Já antes tinha sido anunciado que Cartas de Guerra, de Ivo M. Ferreira, entrara na competição de longas-metragens e que mais três curtas de produção portuguesa estariam presentes: Balada de um Batráquio, de Leonor Teles, e Freud und Friends, de Gabriel Abrantes, na competição de curtas, e L'oiseau de la nuit, de Marie Losier, no programa Forum Expanded.

No Berlinale Talents, outro dos programas paralelos, estarão o produtor Pedro Fernandes Duarte e os realizadores André Marques e Inês Oliveira.

Para o programa Co-Production Market, no qual produtores e realizadores procuram parceiros para a produção de novas obras, estará o actor Gonçalo Waddington com o projecto da primeira longa-metragem que realizará, intitulada Patrick
O 66.º festival de Cinema de Berlim abre a 11 de Fevereiro com Hail, Caesar!, filme dos irmãos Ethan e Joel Coen, e decorrerá até dia 21. Meryl Streep preside ao júri


A Jovem realizadora Salomé Lamas leva um documentário de grande qualidade,



Salomé Lamas (n. 1987), cineasta que se tem mostrado interessada pela exploração dos limites, das margens, dos riscos. Eldorado XXI, a longa-metragem que leva em estreia mundial ao Forum de Berlim, foi rodada na remota aldeia peruana de La Rinconada y Cerro Lunar, a 5500m de altitude. Antes, filmou na Transdnistria (onde a equipa foi presa e interrogada pelo KGB), este ano vai estar um mês a trabalhar no Bornéu, tem um outro projecto que quer filmar no Médio Oriente, “entre o Cairo, o Dubai e Beirute”…

Tudo isto, diz Salomé recém-chegada da pós-produção de Eldorado XXI em França, como uma maneira de sobreviver quotidianamente, de “ter uma casa, uma vida como toda a gente, de gerir a vidinha”. Um paradoxo, assumido abertamente por uma realizadora formada em cinema e com um mestrado em artes plásticas, que tem navegado entre o cinema “tradicional” e as instalações museológicas ou site-specific. “Há uma série de coisas que me atraem que têm a ver com os confins do mundo, os desterros, as margens,” explica. “Procurar os limites dos próprios formatos, seja do cinema de não-ficção seja do que é apresentar uma mesma obra em contextos diferentes. Mas gosto de paradoxos, de conflitos. Sou alguém que procura a perda de controlo mas precisa de ter controlo...”


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