sábado, 9 de dezembro de 2017

CRÓNICA DAS TRÊS GARÇAS

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REPRISE
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RECORDO UM TEXTO COLETIVO CRIADO
NA ALTURA EM QUE O SANTANA LOPES
FOI PRIMEIRO MINISTRO E O BAGÃO
FELIX MINISTRO DAS FINANÇAS.


AS TRÊS GARÇAS


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(REPOSIÇÃO DESTA OBRA
DOS CRIATIVOS DA TRANCA,
ESCRITA AINDA NUM TEMPO
ANTERIOR À CRIAÇÃO DO
PÃO FATIADO, DO FACE
BOOK E DA FARMVILLE)


SACARINA, SACARANA E SACARONA, as 3 GARÇAS

A crónica das irmãs Garças, confunde-se com a história-tipo duma família cristã ocidental conservadora do norte do país, duma região muito arreigada a tradições de séculos, estufadas numa moral de fachada, fundada na legitimação da Família- Autoridade-Estado , nos direitos reais, na propriedade plena, no usucapião, no confisco, no terço em familia, na esmola, no paternalismo, no sacrificio, na oração, no Movimento Nacional Feminino , na virgindade, no voto de castidade, na remissão dos pecados, na obrigação da fidelidade, na assexualidade da Agustina Bessa Luis, na abstinência,no sexo só-para-procriação, na xenofobia e nos dogmas da Santa Madre Igreja.

Sobreviventes duma irmandade de catorze partos com dôr e drama, para não falar nos "desmanchos" nunca assumidos (que é pecado mortal) e não contabilizados.
As três nasceram com defeito:

A Sacarona, irmã mais velha, com frigidez.
A Sacarana a do meio, com avidez.
A Sacarina, a caçula, com mudança de ramo.

Comecemos, então, pela mais nova, a que nasceu varão, mas, mais tarde, para vergonha da Familia. mudou a hortaliça, tornou-se menina. De Sacarino, nome de pia, transmutou-se em Sacarina, nome de escolha, ou de deboche no dizer ds bocas sujas lá da terra.
Considerad"o" "o" ex-libris da Família, a jóia da Coroa, pela argúcia do raciocinio desde o berço, pela condição de único varão sobrevivo, a sua decisão da troca de hortaliça, de tomates e pepino para grelo, lançou a perturbação e o opróbio na Família dos Garças. Desde cedo revelou grande aptidão para a safadeza, quer para a política, quer para a alcova .
Centenas de raparigos passaram-lhe pelo Forte da Barra e outros sítios aconchegados. Especializou-se em submarinos com motor à ré (ou de empurrão).mas também nos afectos pela ruralidade , vidé , a tara por pastorinhos, especialmente os que lançaram aquele programa -IT de turismo rural, aos dias 13 de cada mês.
A sua fase urbana, a dos beijos em tudo que é peixeira, é para esquecer, pelos péssimos resultados que daí advieram ..

A Sacarana, a irmã do meio, a tal do defeito da avidez, nasceu com um apetite sexual desmesurado, não respeitando , nem sexo, nem estado civil, nem côr,nem promessas, quer eleitorais quer de foro íntimo. Consta que terá até, num dado momento de falta, acometido um "de cujus", que no momento do passamento estava de mastro pronto para zarpar...
A Sacarana sempre foi leviana, nunca conseguindo se fixar em pessoa ou coisa nenhuma, nunca concluindo nem namoros, nem casamentos, nem cargos menores, nem presidências de qualquer tipo. Sempre saltitou de creche para creche, de escola para escola, de poleiro para poleiro, de cólo para cólo,. Diz-se que nunca chegou a saber nem os nomes dos namorados e maridos, e dos cargos ,teve sempre e só uma vaga ideia da substancia dos problemas e das tarefas.

A Sacarona, a mais velha, a da frigidez, a do líbido recalcado, desde o penico considerava o sexo como uma coisa feia e asquerosa, mesmo quando se resumia a uma enorme cagada (fase anal).
Muito seca não tinha vícios públicos, não fumava , não ia ao cinema, não bebia, não dizia nomes feios, não tinha amigos nem amantes, e que se tenha notícia, nunca usou a "irmã da canhota", sequer.
Passava o dia a resar,e a inventar truques contabilisticos para equilibrar o orçamento lá da casa, o que só conseguia, vendendo ao desbarato a própria mobilia do casarão da Família. Desde a estante "Queen Anne" da Sala do Terço, passando pelo psiché de veludo castanho aquirido aos Campanellas, até ào bidé em marmore de Carrara , tudo desbaratou. De castigo ficou ainda mais feia que a sua amiguinha dos tempos da catequese, a Manelinha feiosa

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