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reposição
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ESTA estoria do rc FOI PUBLICADA
em 2004, E É UMA DAS MUITAS QUE
PUBLICÁMOS AO LONGO DA EXISTÊNCIA
DA TRANCA,
ESTÓRIAS DO RC
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O NOSSO GARÇÃO.
O "nosso Garção" ,como lhe chamava o Ramos, era (é!!) uma figura muito marcante na história do RC. e fertil fonte de muitas estórias, que ficaram a marcar a nossa memória . O "mouro", como todos lhe chamavam, tinha e tem, um temperamento latino, sanguíneo, muito forte, extrovertido, polémico. Falava "pelos cotovelos", e muitas das frases e "bocas" que ficaram célebres entre nós, são de sua autoria. Adorava uma boa discussão sobretudo sobre política e desporto, No calôr de um bom bate-boca, e fazendo uso do seu vozeirão, debitava descomedidamente ferinas metáforas na defesa das suas teses.
Um dia encontrei-o a bordo, de regresso das suas frequentes viagens a Copenhague.
Na época, o voo da TAP operava LISDUSCPHDUSLIS, o que implicava uma escala de 50 minutos em Dusseldorf. Ao aterrarmos lá, os passageiros para Lisboa , tiveram de sair do avião e conduzidos à sala de trânsitos.
Já em terra, o Garção pretendeu deslocar-se à zona do free-shoping, no que foi impedido pelo poliícia de fronteiras "on duty".
Ai, o nosso Garção afinou, e como era de sua natureza, logo ali organizou, com uma enorme capacidade de sedução, um protesto colectivo, arrastando os outros passageiros numa contestação ruidosa, conclamando o seu "direito ao consumo " ,de forma tão veemente , que acabou por "o" vêr reconhecido. Rendidas as autoridades, logo surgiu uma volumosa mulher-polícia brandindo uma enorme argola cheia de pesadas chaves. com que abriu o portão de acesso ao desejado espaço de compras.
Aí soou o estridente vozeirão do nosso herói: -"Olha, olha, agora mandam-nos uma carcereira do "stalag de Auschwitz" para controlar aqui a moirama...(gargalhada geral).
Só nos deixaram ficar naquela zona cerca de 10 minutos, logo tivémos ordem para regressar à sala de embarque.
-"Vejam esta" , gritou o Garção, "os boches fingiram que nos fizeram a vontade,mas afinal querem é já os mouros daqui par fóra", e virando-se para os guardas que nos vieram chamar, ameaçou de dedo em riste: -"Mas deixem lá, não perdem pela demora, prá semana que vem, volto com o meu primo Arafat, ele saca da cimitarra e zzzzzás (e mimando com a mão fechada o acto de cortar a gargante) -"embrulha que é aço de Toledo"...
A gargalhada foi geral, e lá fomos a caminho do avião, onde até Lisboa, ele foi "verbosamente", o centro e o herói daquele voo.
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